Folha de S. Paulo


Brasil deveria punir seus corruptos, diz leitor sobre escândalo no futebol

É desagradável e perigoso, como ressalta Hélio Schwartsman (Polícia do mundo), que os EUA assumam o papel de polícia do mundo. Para evitar isso, seria ótimo que os outros países, principalmente o Brasil, se esforçassem para tomar vergonha na cara e punir seus próprios corruptos. Se isso não for feito, eles se darão o direito de invadir países para tirar Noriegas, conforme lhes convier, ignorando os perigosos, como Stálin, ou convenientes, como o foi Saddam Hussein na década de 1980.

CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)

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Nós, cidadãos brasileiros, percebemos nesta semana que podemos confiar no funcionamento da Justiça... dos EUA!

PAULO A. NUSSENZVEIG (São Paulo, SP)

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Em que pese o conteúdo do texto Globo reitera que não há suspeitas sobre empresas de mídia, deveriam investigar. Os brasileiros gostariam de saber se não houve pagamento de propinas a dirigentes da CBF e de clubes para garantir à emissora a exclusividade no Brasileiro, apesar de concorrentes até oferecerem mais aos clubes. A PF terá coragem?

RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP)

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Xu Zijian/Xinhua
O presidente da CBF, Marco Polo del Nero
O presidente da CBF, Marco Polo del Nero

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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, estava na Suíça em razão das eleições da Fifa, porém após a prisão de tantos dirigentes, inclusive de José Maria Marin, resolveu voltar para o Brasil para acompanhar tudo próximo ao seu trabalho (Preocupado com CPI, Del Nero deixa congresso da Fifa). Se ele declarou que não tinha nada a temer em relação ao escândalo, sinceramente não entendi a razão da sua volta, pois mais próximo de tudo impossível.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

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Hélio Schwartsman criticou a ação do FBI na Suíça, que prendeu o ex-presidente da CBF, embora ele reconheça que há décadas que ouve falar em "sacanagens na Fifa e muito pouco, para não dizer nada, acontecia em termos de investigações". Hélio reconheceu que bastou o FBI entrar na jogada para que histórias de malfeitos fossem levantadas em seus pormenores, tudo com suas devidas provas. Eu pergunto a ele se acha que houve desvios na construção e na remodelação das arenas da última Copa do Mundo? Bem que o FBI poderia dar uma mãozinha nesse assunto cabeludo, o povo brasileiro aplaudiria, pois não acredita em CPI da CBF. Nossos parlamentares estão preocupados com outro assunto, a construção do shopping Eduardo Cunha.

JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

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Restou-nos a dúvida: quantas Copas do Mundo foram decididas pela propina?

RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ)

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O escândalo no mundo do futebol não surpreende a ninguém. Surpresa foi o processo ter sido iniciado nos EUA, país sem tradição futebolística, mas temido pela rápida execução da Justica. Apesar do peso do futebol na vida do brasileiro, as falcatruas são de menor importância do que as da Operação Lava Jato e Zelotes. Os integrantes do MP e o juiz Sergio Moro são reconhecidos pelo bom andamento dos trabalhos. Estas operações não devem cair em ostracismo pela mídia.

SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba, SP)

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Não importa a cor do gato, desde que cace o rato. Já que o nosso tacão não funciona, nem mesmo em regime militar, nada mais justo que o tacão norte-americano ("big stick") cace e puna severamente os nossos bandidos que aqui se escondem no emaranhado e nas brechas da lei.

PAULO MARCOS G. LUSTOZA, capitão de mar e guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

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O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, foi claro e firme na entrevista coletiva depois de voltar de Zurich: não vai renunciar ao cargo porque não tem nada a ver com o escarcéu criado, envolvendo membros da Fifa. Marco Polo sequer é citado nas investigações. Nessa linha, Marco Polo desaponta a manada assanhada dos éticos por correspondência e dos paladinos de barro. Del Nero não vai servir de pasto para saciar o apetite doentio de demagogos, oportunistas e sacripantas, eternos reféns dos holofotes fáceis, que nunca ergueram um tijolo sequer em benefício do futebol brasileiro.

VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF)

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Muitos governistas têm feito críticas ao fato de muitas pessoas terem usado a camisa da seleção nas manifestações contra o governo do PT, uma vez que dirigentes da CBF estão envolvidos em casos de corrupção. O articulista Luiz Fernando Vianna segue a mesma linha (Os inimigos certos). Eu acho que estão confundindo a entidade com os seus dirigentes. Os dirigentes da CBF podem ser criminosos, mas a CBF não é organização criminosa. Se formos seguir esse raciocínio, deveria ser recriminado também o uso da bandeira do Brasil em manifestações e outros eventos. Afinal, está cheio de corruptos na administração pública federal brasileira. Deve ser por isso que a CUT, o MST, o MSTT não usam bandeira do Brasil em suas manifestações, mas bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, símbolos dos países comunistas, os maiores exemplos de honestidade que já existiu na face da terra.

GERALDO MAGELA DA SILVA XAVIER (Belo Horizonte, MG)


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