Folha de S. Paulo


Liberdade de expressão passa por humor com Cerveró, diz leitor

O "Charlie Hebdo" fazia piada com o opressor, como as religiões. Não glorificava, como sempre o fez Rafinha Bastos (Você é realmente Charlie?). Essa é a diferença cabal. Uma coisa é criticar preconceitos, outra é perpetuá-los através do humor, uma linguagem como qualquer outra.


RICARDO ROCHA AGUIEIRAS (Manaus, AM)

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A liberdade de imprensa deve ser aperfeiçoada e ter limites. Se defendemos a liberdade de expressão irrestrita, não estamos também dando margem para que extremistas e radicais se expressem da única forma que conhecem, pela intolerância? A provocação de Rafinha foi fundamental. Não se pode discutir liberdade de expressão apenas no que nos convêm. Ou ela vale para todos e estaremos sujeitos às consequências, ou ela tem de ser rediscutida.


GUTO FERREIRA (São Paulo, SP)

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O Papa Francisco disse que as religiões não podem ser ofendidas, e exemplificou: "Se xingar minha mãe, espere um soco na cara" (Papa afirma que não se deve insultar a fé). Como é revelador ouvir isso do líder máximo da religião do "amai-vos uns aos outros", "amai vossos inimigos" e "oferece a outra face". Devo concluir que o Papa daria razão aos terroristas se eles tivessem "apenas" espancado os jornalistas do "Charlie Hebdo" sem assassiná-los.


NIVALDO A. LEMOS (Niterói, RJ)

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Demetrio Magnoli (Ocidentalismo) cita intelectuais que tentam fazer acreditar que a revolta de muçulmanos, argelinos, palestinos e outros "oprimidos" advém da história das colonizações e isso lhes daria justificativa para seus atos cruéis. Ainda bem que brasileiro só sabe contar piada de português.


URI BLANKFELD (São Paulo, SP)

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Os esclarecimentos e a lucidez da prof. Arlene Clemesha (A opção pela convivência), isolam e destroem a agressiva, discriminatória e descaracterizada argumentação de Demétrio Magnoli ao apreciar os recentes episódios ocorridos em Paris. A Folha perdeu Eliane Cantanhêde, por que não destituir uma "segunda classe"?


MUNIR CURY (São Paulo, SP)

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José Simão se vale da prisão de Cerveró para lhe satirizar a deformidade do rosto (SP! Tucanaram o racionamento! ). Em nome do humor, toda maldade é permitida.


JAIRO EDWARD DE LUCA (São Paulo, SP)

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Mesmo aqueles que criticam Reinaldo Azevedo costumam elogiar o seu estilo de escrever. Mas desta vez (Francisco por que não te calas?) nem isto pode ser elogiado. Em confusas e mal-alinhadas linhas ele só faltou chamar o Papa Francisco de Petralha. E diz que católicos não lhe darão chicotadas por isto. Realmente, não será chicoteado. Mas os católicos tem uma alternativa a tão destacada figura: deixar de lê-lo. Para ele representaria uma diminuição significativa de leitores. Ele continuaria falando para seus leitores habituais: reinaldetes e reacionários de toda espécie.


GERALDO MAGELA MAIA (Belo Horizonte, MG)

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Absolutamente assombrosa a facilidade com que o senhor Reinaldo Azevedo –que procura derramar em seu artigo uma enxurrada de argumentos para defender uma pretensa idéia de "liberdade de expressão"– ignora o aposto à liberdade, ou seja, a consequente responsabilidade que a ela corresponde necessariamente. Desejável seria que este senhor procurasse consultar também fontes diferentes daquelas que embasam o conteúdo do seu artigo, a fim de, quem sabe, ter condições de formular uma opinião com embasamento menos radical e dramático. Sugiro a leitura de Viktor Emil Frankl, um egresso dos campos de concentração, cuja teoria é considerada como a "terceira escola vienense de psicoterapia", e que costuma dizer que a Estátua da Liberdade na costa leste dos Estados Unidos deveria ter, como complemento, uma "Estátua da Responsabilidade" na costa oeste.


MARIA APPARECIDA BIANCO (Batatais, SP)

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