Folha de S. Paulo


José Serra e outros leitores comentam sobre Comissão Nacional da Verdade

A presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Teixeira Rocha, deu declarações que exaltam o papel da Justiça Militar na defesa dos direitos humanos durante a ditadura (Tribunal militar critica Comissão da Verdade). Pelo que se depreende, não haveria mácula que pesasse sobre a atuação dessa Justiça no período. Não é verdade. Eu próprio fui vítima de sórdida condenação a três anos de prisão na Auditoria Militar de São Paulo em 1966, a partir de provas forjadas, uma verdadeira palhaçada, destinada simplesmente a cumprir ordens de alguns agentes da repressão da época que mantinham o tribunal sob tutela. Seria preciso ainda lembrar outros casos, como o da infame condenação do professor Caio Prado Jr., que cumpriu pena no Presídio Tiradentes?


JOSÉ SERRA, senador eleito (São Paulo, SP)

Evaristo Sa/AFP
Dilma Rousseff recebe de Pedro Dallari o relatório final da Comissão Nacional da Verdade
Dilma Rousseff recebe de Pedro Dallari o relatório final da Comissão Nacional da Verdade

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É muito engraçada essa história de ouvir os dois lados. Os que combateram a ditadura foram ouvidos pendurados num pau de arara. A Lei de Anistia foi promulgada pela ditadura que autoanistiou torturadores e assassinos. Os que pegaram em armas contra o governo ilegítimo foram torturados, mortos ou cumpriram pena. Não receberam anistia. A ditadura também torturou e assassinou aqueles que não estavam na luta armada.


WALTER CINTRA FERREIRA JUNIOR (São Paulo, SP)

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Por que o soldado Mario Kozel (despedaçado por um carro-bomba no quartel do 2º Exército) e o tenente Alberto Mendes Júnior (morto a coronhadas no Vale do Ribeira) são falsas vítimas? Por serem militares? Acredito que a Comissão Nacional da Verdade e o colunista Vladimir Safatle ("Falsas vítimas", "Opinião", 16/12) não buscam a verdade, mas, sim, a satisfação de grupos políticos e ideológicos.


LUIZ ALBERTO M C BARROS (Guaratinguetá, SP)

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O senhor Pedro Dallari foi meu professor na faculdade de direito. Sempre tive admiração pela família Dallari, mas isso terminou ao vê-lo liderar uma "comissão da verdade" completamente unilateral, parcial e direcionada. São inúmeros os casos comprovados de vítimas da esquerda. Nenhum desses casos foi objeto de investigação pela chamada Comissão da Verdade. Independentemente de ideologia, toda pessoa honesta e de bem deve exigir apuração de todos os crimes da época e não só os cometidos contra a esquerda.

AMELETO MASINI NETO (São Paulo, SP)

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