Folha de S. Paulo


Leitores lamentam derrota da seleção e debatem futuro do futebol brasileiro

A Copa é apenas um torneio de futebol. Grandes seleções, também campeãs, foram eliminadas na primeira fase. O Brasil chegou às semifinais, algo que não ocorria desde o pentacampeonato, em 2002. Sediamos e fizemos uma grande Copa. Jogo é jogo, e vitória e derrota fazem parte. Podemos chegar ao terceiro lugar, como a própria Alemanha, quando foi sede do Mundial em 2006. Bola para frente, brasileiros!

CÉLIO BORBA (Curitiba, PR)

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Agora que o sonho do hexa acabou, desejo que o povo se volte para os reais problemas do país, cobrando de nossos governantes melhorias em todos os setores por meio de movimentos organizados, com a mesma garra e nacionalismo com que torceram.

ÁUREA ROBERTO DE LIMA (São Paulo, SP)

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Absurdas as manchetes dos jornais brasileiros, falando em desastre, humilhação, vergonha. O Brasil perdeu um jogo, nada mais que isso. O placar pouco interessa diante da pane psicológica do time. Sabemos da perda de qualidade do nosso futebol. Não temos mais a fartura de talentos do passado, nem jogadores como Zico, Sócrates, Rivelino e Falcão. Esta Copa foi construída para dar dividendos políticos ao atual do governo. Bem feito! O Brasil precisa de seriedade, não de circo.

PAULO ALVES (Rio de Janeiro, RJ)

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O jogo entre Brasil e Alemanha foi um arquétipo das respectivas sociedades. Uma desenvolvida, organizada, treinada analiticamente ao extremo. Outra pautada pelo individualismo, improviso e heróis egocêntricos em detrimento do conjunto e do todo.

MAURICIO BARBATTO (Limeira, SP)

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Sinto saudades daquela final de Copa em 1950, quando o Brasil perdeu por 2 a 1 para o Uruguai. Éramos felizes e não sabíamos.

JOSÉ ROBERTO PIACEZZI (São Bernardo do Campo, SP)

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Parabéns ao fotógrafo e aos editores da "Primeira Página" desta quarta (9). Conseguiram tirar um pouco de beleza do triste episódio de nossa derrota. O negro do luto, a tristeza do estádio vazio e a luz do telão ao fundo, simbolizando alguma esperança para um futuro distante.

GUILHERME PENTEADO COELHO (São Paulo, SP)

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Fiquei consternado com o mau gosto e falta de patriotismo da Folha, ao estampar em negro a derrota do Brasil por 7 a 1. No esporte tudo é possível. Há dias em que tudo de errado acontece.

PÉRICLES CAPELLO CRUZ (Atibaia, SP)

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O que mais me revolta nessa derrota é o fato de que nenhum trabalhador brasileiro tem as excelentes condições de trabalho da comissão técnica e dos jogadores, que, por tê-las e por uma questão de honra, não deviam ter amarelado nos primeiros gols.

WASHINGTON RAMOS (Teresina, PI)

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Parece que esta Copa nunca vai acabar. Agora que a cantilena verde-amarela deu lugar às lamúrias, o fim do assunto está cada vez mais distante. Seria uma boa hora para um país arruinado enxergar que, além do esporte, nada está bom. Reformular os pilares desta República, pautada em fidalguia, troca de favores e mínimo esforço. Mas, como dizem os indecifráveis versos do hino, estamos eternamente deitados nesse berço esplêndido.

IVAN BRUCE MALLIO (São Vicente, SP)

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Isso representa mais que um simples jogo! A vitória da competência sobre a malandragem. Serve de exemplo para gerações de crianças que saberão que pra vencer na vida tem-se que ralar, treinar, estudar, e acabar com essa história de jeitinho malandro do brasileiro, que ganha jogo com seu gingado, dinheiro sem suar a camisa, e vira presidente sem ter estudado. O grande legado desta Copa é o exemplo para gerações do futuro. Que um país é feito por uma população honesta, trabalhadora, e não por uma população transformada em parasita por um governo que nos ensina a receber o alimento na boca e não a lutar para obtê-lo. A Alemanha ganha com maestria e merecimento. Que nos sirva de lição.

YURI DANTAS (Ribeirão Preto, SP)

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A frase "Você não sabe o que fazer, sai correndo, fica sem reação", citada por uma paulistana sobre os ataques de mísseis em Israel –"Brasileiros torcem em meio a confronto" (Mundo, 9/7) - retrata o que vimos em campo, no desastrado jogo com a Alemanha. Os atônitos jogadores brasileiros pareciam estar sendo atacados por mísseis, e o técnico, paralisado. A festa acabou. A Copa, todavia, serviu para mostrar-nos os bons exemplos: uma simpática e educada seleção alemã, que fez enormes sacrifícios ao treinar no calor, e sem ar condicionado, e a finíssima torcida japonesa recolhendo o lixo nos estádios.

TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP)

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Já que o Felipão assumiu toda a responsabilidade pela vergonha nacional que nos fez passar, ele deveria, pelo menos, doar parte de tudo o que ganhou com salários e anúncios publicitários para a construção de um hospital para os pobres. Erro e reparação.

JAIME PEREIRA DA SILVA, jornalista (São Paulo, SP)

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Concordo com tudo o que Tostão afirma em sua coluna "Derrota histórica", mas vou um pouco adiante: o futebol brasileiro tende a piorar ainda mais enquanto uma rede de TV monopolizar suas transmissões e distribuir quotas a clubes de forma desproporcional, sempre a beneficiar seus apadrinhados. Enquanto a maioria dos clubes tem que se virar para arrumar patrocínios pequenos e reais, os protegidinhos da TV também recebem milhões do governo, que até construiu um estádio moderníssimo e superfaturado para um deles. Isso sem falar que quando as coisas não vão bem em campo, um apito amigo dá uma força. Em um ambiente desproporcional desses, novos talentos jamais serão revelados e os demais clubes tendem a desaparecer.

FRANCISCO JOSÉ TENÓRIO MAGALHÃES (Maceió, AL)

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O apagão da seleção em 1958 nos fez tomar um gol aos 4 minutos, levantar a cabeça, vencer a Suécia pelo memorável por 5 a 2. Em 1998, o apagão de Ronaldo nos fez tomar três gols na decisão com a França. Agora, a evolução dos apagões culminou nos 7 a 1 contra a Alemanha.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)

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Neymar e Thiago Silva não evitariam o vexame. Com o incompetente e ultrapassado Felipão, dificilmente a seleção faria frente à organizada Alemanha. O Brasil tem bons jogadores, mas não tem um time.

JORGE RIBEIRO NETO, jornalista (Campinas, SP)

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Eu cansei de ver nas midias a frase #tamojuntobrasil. No primeiro gol da Alemanha alguém disse na sala, dá para virar o jogo, temos time para isso. De repente quatro gols. Capitulamos e desistimos do Brasil.

FRANCISCO SÉRGIO RUIZ (São Bernardo do Campo, SP)

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Todo mundo estava dizendo que o melhor dessa Copa eram as surpresas. Para o Brasil, deu no que deu.

PAULO SÉRGIO DO CARMO (São Paulo, SP)

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É claro que achei humilhante a derrota para a Alemanha, mas confesso que estou com preguiça de ficar triste com a eliminação do Brasil. A campanha de nossa seleção foi decepcionante, incluindo aí as atuações de Neymar, muito abaixo das expectativas. Também o que se esperar de um time comandado por um técnico rabugento como Scolari, que há mais de um ano garantiu a titularidade de dois jogadores em fim de linha como Júlio Cesar e Fred.

OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP)

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Depois dessa acachapante derrota e que entra para a história mundial, é hora de abrir uma CPI que apurasse os delitos e corrupções da bola e dos estádios construídos.

YVETTE KFOURI ABRAO (São Paulo, SP)

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Além do vexame orquestrado pelos jogadores mimados da seleção brasileira, nossas crianças foram chamadas a pedir que a seleção jogassem para elas, e agora? Como ficam os sonhos diante de tamanha frustração? Está mais do que na hora de repensarmos as escolhas ainda assim quando os maiores prejudicados seriam o futuro dessa nação.

SONIA REGINA VALENTIM PEIXOTO, psicóloga (São Paulo, SP)

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Que a derrota acachapante de ontem nos sirva de lição. Fomos vencidos por uma equipe que aplicou um sistema sério de treinamento, com objetivo claro de vencer este certame. Potencial técnico para convocação de jogadores não nos faltará para o próximo evento na Rússia. Que nos sirva de alerta para as Olimpíadas.

SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba, SP)

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A formação de uma boa seleção depende de jogadores de bons clubes, como na Alemanha, cuja espinha dorsal é o Bayern de Munique. Nossos dirigentes exterminaram os clubes e o futebol. Que a lição sirva para repensarmos o falido modelo do estigmatizado futebol do passado, abrindo espaço para novos talentos em outras áreas nos Jogos Olímpicos de 2016.

CARLOS HENRIQUE ABRÃO (São Paulo, SP)

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Queridos brasileiros eleitores: Tudo que nos resta agora é dar de goleada no PT em outubro. Vamos treinando para a vitória!

CLAUDETE NUNES (São Paulo, SP)

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Que vexame! A seleção foi humilhada pela Alemanha dentro da própria casa. O Neymar teve sorte, pois agora vão dizer que o Brasil perdeu porque ele não participou do jogo. O técnico deve rever as suas táticas e a presidente deveria pensar antes de entregar a taça ao vencedor da Copa.

CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)

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Eu teria que viver o suficiente para ver essa derrota acachapante do Brasil para a Alemanha. Mas esse foi o jogo mais difícil que a seleção brasileira teve que enfrentar, e o resultado foi esse. A Alemanha foi superior o tempo todo, e o resultado, só poderia ser esse.
A culpa é da mídia brasileira, sempre ufanista, que vendeu a seleção de Felipão como superior, que no primeiro jogo duro fracassou.

LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luis, MA)

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A verdade tarda mais nunca falha. Bastou pouco mais de cinco minutos de jogo para que a seleção sofresse com dificuldades nunca antes vistas. Vencemos no sufoco Croácia, Camarões, Chile e Colômbia, países que antes eram adversários fáceis de serem batidos. Quando precisamos encarar uma seleção de ponta, como a Alemanha, caímos de joelhos. Só não tomamos mais gols porque a visitante desacelerou, em louvável respeito à anfitriã pentacampeã.

ANANIAS JOSÉ BARBOSA (Hortolândia, SP)

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Que essa "lavada" que a nossa seleção tomou da Alemanha sirva ao menos para dar uma lição a cartolas incompetentes, a jornalistas que endeusam jogadores precocemente, a jogadores que dão mais importância ao cabelo que ao futebol e que de uma vez por todas possamos sair daquele trono em que nos colocamos indevidamente. A Costa Rica, a Nigéria e tantas outras seleções jogaram um futebol muito mais competitivo do que a nossa.

ANGELO SCARLATO NETO (São Paulo, SP)

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Diante do fiasco contra a Alemanha, esperamos que o criador e a criatura justifiquem o porquê de terem jogado mais de R$ 25 bilhões no ralo com a criação dos elefantes brancos que não servirão para nada.

CONRADO DE PAULO (São Paulo, SP)

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Na entrevista do Felipão e do Parreira após a derrota, pode-se notar que além da arrogância de ambos nas respostas, para eles pareceu normal o vexame de nossa seleção nos 7 a 1. Parece que o sentimento deles é bem diferente ao de todos nós e que estão mais preocupados em defender seus interesses para se manterem no cargo. Na entrevista podemos notar também a inverdade dita pelo Felipão no caso Cafu, pois o que se sabe é que ele foi convidado a se retirar do vestiário e que não pôde falar com os jogadores. Chega, Felipão e Parreira, vocês estão ultrapassados há anos.

ADÃO JOSÉ CARDOSO (Paulínia, SP)

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Perdemos na bola para um time extremamente organizado, comprometido, obstinado, merecedor, padronizado, exatamente como um reflexo do país ao qual representavam. Não entendo como pode pessoas que se digam brasileiros, não enxergarem que o time apenas reagiu diante do jogo como o povo brasileiro reage no dia a dia. Esperaram que tudo seria perfeito, não se preparam para um jogo da dificuldade que provavelmente enfrentariam, e sobretudo, acharam que conseguiriam enrolar o árbitro com um pênalti ou falta e logo empatariam.

Encaro o jogo como uma metáfora de um povo que na sua maciça maioria não entende o valor que um bom preparo tem para o futuro, que não percebe o quanto treinar é mais importante que ficar tirando fotos, que para almejar algo, faz-se necessário criar objetivos.

Sou brasileiro, sim, e com muito orgulho. Estou insatisfeito, mas ciente que uma mudança só ocorre realmente se ela for intelectual. Enquanto usarmos jornais para embalar peixe, continuaremos a pintar a cara de verde e amarelo somente na Copa e depois queimaremos nossa bandeira. A partir do momento que a educação for algo importante nesse país, saberemos suportar uma derrota, aprendendo com os erros para chegarmos à vitória.

MICHEL NASCIMENTO, professor (Joinville, SC)

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É estranho como lidamos com a derrota e a tristeza. A Copa do Mundo no Brasil, assim como outras Copas em outros países, mostrou a torcida pela nação, a união para vibrar, torcer e alcançar a vitória do país. Infelizmente, a derrota causou sofrimento e deixou os cidadãos insatisfeitos. Essa insatisfação e o consequente desejo de mudança deveriam também ser intensos no que se referem aos lados político e social. Estamos mal das pernas. Fora de campo também.

LUIZ REGIS DA COSTA JUNIOR (Paraguaçu, MG)

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A ilusão da Copa acabou. Agora é hora de voltar à triste realidade do cotidiano: filas nos hospitais, educação de baixa qualidade, insegurança pública, estradas esburacadas, carga tributária elevadíssima, economia em queda, inflação em alta e corrupção... Que a população esteja atenta e possa banir, do futebol e da política, os ilusionistas e oportunistas de plantão.

JOSÉ EDUARDO AMANTINI, prefeito de Itapuí (Itapuí, SP)

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Gostaria que olhássemos para o jogo do Brasil e Alemanha como uma vitória histórica: do talento com trabalho, da disciplina, do estudo de técnicas e táticas, do respeito ao outro, do reconhecimento das diferenças do outro, de um coletivo, de um grupo que reconhece os distintos papeis que um jogo como o futebol demanda.

MÁRCIA LOPES REIS, socióloga e professora universitária (Bauru, SP)

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Não temos a melhor seleção da Copa. Mas temos os melhores marqueteiros do planeta. Conseguiram fazer 200 milhões acreditar que tinham uma seleção!

HERMÍNIO SILVA JÚNIOR (São Paulo, SP)

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Quais seriam as explicações que o "mestre" Lula terá para dizer sobre a derrota acachapante do Brasil diante da Alemanha? Para a derrota do Japão, o motivo alegado por ele era que o Japão pensava muito em saúde e educação. Disse também que a derrota dos ingleses era porque eles não estavam acostumados com bons estádios e gramados. O melhor seria dizer que o circo acabou e que teremos que pagar a conta, mesmo sem ganhar o campeonato, pelas 12 "arenas" que serão inúteis em sua maioria, quando poderíamos estar vendo inaugurações de hospitais, creches, escolas entre outras necessidades básicas pelas quais os cidadãos clamam. Esse dito legado da "Copa das Copas" levará quantos anos para se tornar quitado?

LEILA E. LEITÃO, pedagoga (São Paulo, SP)

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Temos que torcer muito mais pelo Brasil do que temos feito até aqui. Não o time, mas o país. Construir um patrimônio moral, uma identidade cultural, um desenvolvimento social que não possam ser humilhados e destruídos em meros 90 minutos. Aliás o verbo torcer deve ser proscrito do rumo de uma povo consciente, visto que encerra uma incerteza, uma aposta, uma imponderabilidade, uma expectativa fútil. Há verbos mais apropriados a serem conjugados por uma nação séria: planejar, organizar, educar, perseverar, assumir e trabalhar. E acima de tudo, todos devemos conjugá-los.

RICARDO FULLER (São Paulo, SP)

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