Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigo de Jair Bolsonaro sobre ditadura militar

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) se jacta de, sozinho, causar "pavor à esquerda a ponto de lhe cassar a palavra da tribuna da Câmara". Esclareço que o plenário que lhe virou as costas na sessão solene de repúdio à censura e à tortura que ele elogiaria ficou em silêncio e assim permaneceria se ele fizesse seus habituais louvores à ditadura, indicado que foi por seu partido para tanto. A sessão foi encerrada por decisão do deputado Amir Lando (PMDB-RO), que a presidia. Nosso gesto, em respeito às vítimas do regime de terror, foi sereno e simbólico: é nosso dever dar as costas ao obscurantismo. Isso não impede ninguém de falar no Parlamento, mesmo para exaltar o regime que o fechou por três vezes.

CHICO ALENCAR, deputado federal pelo PSOL-RJ (Brasília, DF)

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O artigo do deputado Jair Bolsonaro é excelente. Escutamos hoje uma cantilena de que jovens idealistas foram massacrados ao defender a democracia. Mentira. Os militares brasileiros estavam reagindo a uma ação comandada e financiada por um governo estrangeiro. Se Fidel Castro não tivesse se metido a "evangelizar" o Brasil, o regime de 1964 teria acabado, pelo menos, 15 anos antes. E ainda ficam alguns artistas a enaltecer esse ditador sanguinário, responsável por tanta desgraça, inclusive no Brasil.

ANTONIO SÉRGIO C. SALLES (Rio de Janeiro, RJ)

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Gostei da referência à ditadura cubana de Maria Rita Kehl. A queda de Fidel Castro deve ser o foco principal de qualquer luta por direitos humanos na América Latina. É importante lembrar que tal regime mandou tropas para interferir e ocupar outros países e assassinou mais cidadãos do que a ditadura brasileira, ao considerarmos o tamanho da cada população. É verdade que reduziu a desigualdade em Cuba, calando a boca de seu povo e reduzindo seu salário ao seu nível mais baixo. Não nos surpreende que um médico em Cuba ganhe menos que um ascensorista no Brasil.

CARLOS EDUARDO CUNHA (São Paulo, SP)

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Querer comparar ditaduras é sinal de desequilíbrio moral. Uma vida é uma vida em qualquer ditadura. Esse desequilíbrio ocorre por conta do malabarismo retórico de fundo ideológico que Maria Rita Kehl faz dos fatos históricos.

PAULO BOCCATO (Taquaritinga, SP)

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Decorridos 50 anos do golpe militar, fico comovido em ver que inflamados e eloquentes artigos de repúdio ao regime sejam, muitas vezes, escritos ou patrocinados por notórios admiradores da ditadura cubana e da Coreia do Norte. Tratam-se de "intelectuais" cuja ética e moralidade são flexíveis: dependendo da ditadura podem ser contra ou a favor.

LUCIANO AMARAL, advogado (São Paulo, SP)

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Parabéns, deputado Jair Bolsonaro. Suas corajosas palavras aplacam o desalento das almas informadas e bem-intencionadas que ainda habitam a nação; Terra corroída, invadida e impregnada de ideologias fanáticas, pela enganação e pelas maiores mentiras. O Brasil carece, com urgência, de mais vozes assim.

JOSÉ MARCIO DE MELO (Uberaba, MG)

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Depois do depoimento do coronel reformado Paulo Malhães, o artigo assinado pelo capitão de reserva do Exército Jair Bolsonaro é uma peça inconsistente e dispensa comentários.

JOSÉ PORTO (São Paulo, SP)

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O deputado Jair Bolsonaro, que em seu artigo elogia a ditadura militar brasileira e condena a cubana, deveria antes de tudo saber que nenhuma ditadura é boa para o desenvolvimento de uma nação. Ao comparar cubanos com brasileiros, deveria saber também que o IDH (índice de desenvolvimento humano) deles é maior que o nosso.

JOSÉ REINALDO BALDIM (Dourado, SP)

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Paradoxalmente, o título do artigo "Censura escancarada" não poderia ter sido assinado por outra pessoa que não o deputado Jair Bolsonaro, autêntico representante da ditadura e da censura. Ao que parece, Bolsonaro ainda não se deu conta de que somente num regime de plena liberdade democrática ele poderia expressar livremente suas ideias. Deputado, mire-se no exemplo da Globo e admita que o golpe foi um equívoco.

GILBERTO GERALDI (São Paulo, SP)

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Felizmente, uma psicanalista de profundo conhecimento, como Maria Rita Kehl, interpretou que os vinte e um anos da ditadura militar brasileira são tão abomináveis quanto a ditadura cubana de Fidel Castro. Para reduzir a desigualdade social, a única arma que conheço é a educação.

OBED ZELINSCHI DE ARRUDA (Santos, SP)

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