Folha de S. Paulo


Leitores discutem organização da nova 'Marcha da Família com Deus'

Presenciei todo o regime militar e nunca fui de nenhum partido. Tenho acompanhado as distorções históricas que aparecem na mídia, alimentadas por um setor claramente revanchista. Mas jamais havia lido um artigo expondo tanto ódio e distorção da verdade sobre a época como o de Vladimir Safatle. Ele não viveu o regime, mas, alimentado de ódio e do desejo de desagravo de seus pais, não se permite admitir a história real e não se cansa em buscar a revanche.

JOSE CLAUDIO DE ALMEIDA BARROS (Bragança Paulista, SP)

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Muito positivo o alerta do professor Vladimir Safatle quanto à relativização da ditadura militar de 1964. As gerações futuras têm de estar cientes do mal absoluto que ela nos trouxe. Não entendo também como na atualidade alguns ainda relativizam ditaduras que estão aí há mais de 50 anos, como a conduzida pelos irmãos Castro, em Cuba, e outras nem tão antigas, mas talvez mais perigosas, como a de Nicolás Maduro, na Venezuela. Ditaduras disfarçadas de democracia.

LÚCIA SPINOLA (Salvador, BA)

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Quando toda a grande mídia abre espaços para análises dos acontecimentos dos "anos de chumbo", o fato é emblematicamente relevante. Prova a maturidade de nosso processo democrático que permite termos esperanças em dias melhores para o país, face ao aprendizado de correção dos erros do passado cometidos pelos litigantes de então, que esperemos que jamais se repitam, nem como farsa.

JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, advogado e historiador (Rio de Janeiro, RJ)

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Vladimir Safatle não consegue entender como o povo apoiou a ditadura –e achou que não foi tão duro assim. Para nós, os militares tomaram o poder para acabar com a esculhambação da nação. Devolveram um país bem melhor. Nesse período, foram construídas as usinas de Itaipu e a nuclear de Angra dos Reis; estradas como Regis Bittencourt, Rio-Santos, ponte Rio-Niterói; a Embrapa, que revolucionou a agricultura brasileira e diversas refinarias da Petrobras. O período foi o de maior desenvolvimento do país. Tivemos políticos como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro –agora temos Dirceu, Delúbio, Eduardo Cunha. Havia na época dois partidos; hoje temos quase 40 que congregam uma multidão de nulidades.

JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

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Como bem afirmou Vladimir Safatle, não existe no ordenamento jurídico a tal justiça de transição, ou seja, vale a Lei de Anistia. Porém, o filósofo se esqueceu da Era Vargas e de todo o governo de Arthur Bernardes ao classificar o regime militar como a pior ditadura que tivemos.

PAULO MARCOS GOMES LUSTOZA, capitão de mar e guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

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No ímpeto da denúncia e da indignação, o próprio Vladimir Safatle omite da frase de abertura de seu texto que o golpe militar foi apoiado por setores da elite civil da época, alijados do poder há um certo tempo. Esse fato talvez seja um indicativo do porquê, até hoje, a ditadura seja relativizada. Esses setores –os mesmos que hoje promovem marchas divinas e familiares– não admitem a coautoria dos crimes contra a humanidade, nem mesmo a pecha de coniventes.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)

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