Folha de S. Paulo


Trump critica executivo que renunciou em protesto à reação sobre violência

Nicholas Kamm/AFP
(FILES) This file photo taken on January 31, 2017 shows Kenneth Frazier, CEO of pharmaceutical company Merck, attending a meeting between US President Donald Trump and leaders of the pharmaceutical industry in the Roosevelt Room at the White House in Washington, DC. President Donald Trump lambasted Merck's CEO on August 14, 2017 after the African-American pharmaceutical executive resigned from a White House advisory council, citing Trump's controversial response to a violent white supremacist rally. Merck chief executive Kenneth Frazier, alluding to Trump's much-criticized response to a deadly weekend white supremacist protest, said he was exiting Trump's American Manufacturing Council. / AFP PHOTO / NICHOLAS KAMM ORG XMIT: NK1843
O CEO da farmacêutica Merck & Co, que deixou conselho do presidente Donald Trump em protesto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta segunda-feira (14) a renúncia do CEO da companhia farmacêutica Merck & Co., Kenneth Frazier, ao Conselho Americano de Manufatura. Ele deixou o cargo em protesto à reação de Trump sobre as violentas manifestações em Charlottesville, na Virgínia, que deixaram uma pessoa morta e dezenas de feridos.

"Ken Frazier, da Merck Pharma, renunciou ao Conselho de Manufatura. Ele terá mais tempo para abaixar os preços extorsivos dos remédios!", publicou Trump no Twitter.

No sábado (12), uma mulher de 32 anos morreu atropelada por um carro que atingiu manifestantes antirracismo durante embate contra supremacistas brancos. Mais tarde, Trump afirmou que "muitos lados" se envolveram no episódio de violência, o que gerou críticas por não especificar grupos de extrema direita.

"Os líderes da América devem honrar nossas visões fundamentais rejeitando claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia grupal, que vão de encontro ao ideal americano de que todas as pessoas são criadas iguais", disse Frazier, que é afro-americano, em comunicado.

"Como CEO da Merck e por uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de assumir uma posição contra a intolerância e o extremismo", afirmou Frazier

Neste domingo (13), a Casa Branca afirmou que as declarações de Trump repudiando a violência na manifestação também se destinaram à Ku Klux Klan e a grupos neonazistas. Mas democratas e mesmo republicanos criticaram Trump por demorar a se pronunciar sobre o assunto.

RENÚNCIAS

Horas após a renúncia de Frazier, também deixaram seus cargos no Conselho da Manufatura os executivos-chefes da companhia de tecnologia Intel, Brian Krzanich, e da marca esportiva UnderArmour, Kevin Plank.

Ao anunciar sua saída, Krzanich disse, em uma rede social, que "enquanto apelei a líderes para que condenassem os supremacistas brancos e similares, muitos em Washington estavam mais preocupados em atacar qualquer um que discorde deles".

Em nota, Plank agradeceu a oportunidade. "Nós continuaremos a priorizar nossos esforços em inspirar a todos de que podem fazer qualquer coisa a partir do poder do exporte, que promove união, diversidade e inclusão."

Vários executivos de grandes empresas dos EUA, entretanto, já abandonaram conselhos presidenciais consultivos em protesto contra políticas do presidente norte-americano.

O CEO da Tesla, Elon Musk, e o CEO da Walt Disney, Robert Iger, deixaram o Fórum de Estratégias e Políticas do presidente dos EUA, um grupo empresarial de aconselhamento, depois que Trump disse que iria retirar o país do Acordo de Paris sobre o clima. Musk também deixou o Conselho de Manufatura.

Travis Kalanick, ex-diretor-executivo do Uber, abandonou o conselho empresarial consultivo em fevereiro em meio à pressão de ativistas e empregados que se opunham às políticas imigratórias do governo.


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