Folha de S. Paulo


Solução pacífica para crise na Venezuela é possível, diz vice dos EUA

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse neste domingo (13) ser possível uma solução pacífica para a crise na Venezuela, após um encontro com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em Cartagena.

A declaração é feita dois dias após o presidente americano, Donald Trump, dizer que não descarta a "opção militar" no país caribenho. A frase foi repudiada pelo chavismo, pela oposição e pelos países latino-americanos.

Presidência da Colômbia/AFP
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, cumprimenta o vice dos EUA, Mike Pence, em Cartagena
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, cumprimenta o vice dos EUA, Mike Pence, em Cartagena

Em entrevista coletiva, o republicano afirma que os americanos estarão juntos com "todas as nações livres do nosso hemisfério [ocidental] até que a democracia seja restaurada para o povo venezuelano".

"Nós temos muitas opções para a Venezuela, mas o presidente ainda continua confiante que, trabalhando com todos os nossos aliados na América Latina, nós possamos chegar a uma solução pacífica", afirmou Pence. "Nós simplesmente não vamos aceitar o aparecimento de uma ditadura no nosso hemisfério."

No mesmo encontro, Santos respondeu a Trump ao dizer que uma intervenção militar não deveria ter sido sequer cogitada. "O fantasma das intervenções militares na América Latina sumiu há muito tempo e não queremos que ele volte."

Além de Pence, outros membros do governo dos EUA tentaram amenizar a declaração de Trump. O diretor da CIA, Mike Pompeo, disse que a intenção do presidente foi dar aos venezuelanos "esperança e oportunidade de criar uma situação em que a democracia possa ser restaurada".

Crítico do mandatário, o senador republicano Lindsey Graham disse não ter ideia de como se pode usar os militares na Venezuela. "Nossos militares devem ser enviados a lugares onde haja um interesse de segurança nacional relacionado ao povo americano."

Neste domingo (13), a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) condenou o que chamou de "ameaça militar de qualquer potência estrangeira" e responsabilizou Maduro por transformar a Venezuela em uma ameaça regional.

A coalizão, porém, começa sua nota citando a "interferência cubana" nas Forças Armadas venezuelanas e não menciona diretamente os EUA ao se referir à ameaça feita por Donald Trump de que teria a "opção militar" para resolver a crise no país.

"A MUD rejeita o uso da força, ou a ameaça de aplicar a mesma, por parte de qualquer país na Venezuela, conforme o estabelecido na Declaração das Nações Unidas."


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