Folha de S. Paulo


Governo proíbe parada gay em Istambul pelo segundo ano seguido

Ozan Kose - 28.jun.2015/AFP
People shout slogans and wave rainbow flags during the Gay Pride parade on June 28, 2015 in the Cihangir neighborhood near the Taksim square in Istanbul. Riot police in Istanbul used tear gas and water cannon to disperse thousands of participants in the Gay Pride parade in the Turkish city, an AFP reporter said. Police took action against the crowd when demonstrators began shouting slogans accusing the social conservative President Recep Tayyip Erdogan of
Parada Gay de Istambul em 2015, que terminou com uma dispersão feita pela polícia

O governo de Istambul, na Turquia, proibiu uma parada do orgulho LGBT na cidade, que estava prevista para o domingo (25), citando razões de segurança depois de surgirem ameaças de um grupo ultra nacionalista.

Será o segundo ano que a marcha, apontada no passado como a maior do mundo muçulmano, foi barrada pelas autoridades locais.

Na semana passada, o grupo ultra nacionalista Alperen ameaçou impedir a parada se as autoridades a permitissem.

No sábado (24), o governo disse que tomou a decisão de suspender a marcha em nome da segurança dos participantes, turistas e moradores.

Os organizadores do evento disseram que a proibição legitima o que eles chamam de crimes de ódio de grupos como Alperen, e pediu que o governo reveja a decisão.

Ao enfatizar a questão de segurança pública, o governo faz um esforço para distorcer a imagem de uma parada pacífica e planejada, disseram, em um comunicado divulgado na internet. "Nós vamos marchar. Se acostumem. Estamos Aqui. Não vamos embora".

A parada gay de Istambul —uma cidade vista como relativa segura pela comunidade LGBT do Oriente Médio, incluindo refugiados da Síria e do Iraque— costumava ser um evento pacífico.

No entanto, em 2015, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os participantes, depois que os organizadores tiveram autorização para o evento negada por coincidir com o mês sagrado do Ramadã.

A homossexualidade não é um crime na Turquia, enquanto que em muitos outros países islâmicos a homofobia segue generalizada.

O presidente Recepp Tayyip Erdogan e seu partido, o AK, são criticados por opositores por mostrar pouco interesse em expandir direitos para minorias, gays e mulheres, e são intolerantes com dissidentes.


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