Folha de S. Paulo


Oposição volta a ocupar avenidas na Venezuela contra governo Maduro

Juan Barreto/AFP
Manifestantes fazem novo protesto contra o governo Maduro nas ruas de Caracas nesta segunda (24)
Manifestantes fazem novo protesto contra o governo Maduro nas ruas de Caracas nesta segunda (24)

A oposição venezuelana voltou a ocupar nesta segunda-feira (24) as principais avenidas do país, em um novo protesto contra o presidente Nicolás Maduro.

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou seus partidários para se concentrar nas principais avenidas de cada região, em todos os 24 Estados do país. O protesto acontecerá durante todo o dia.

"Os protestos pacíficos continuarão por todo país até que Maduro respeite a Constituição e acabe com seu autogolpe! RESPOSTA!", escreveu o líder da oposição e ex-candidato presidencial Henrique Capriles.

Testemunhas da Reuters informaram que os manifestantes já começaram a bloquear parcialmente o tráfego em algumas importantes vias de Caracas. Em outros pontos da capital, alguns grupos formaram barricadas para impedir o trânsito usando lixo e até banheiras.

Mais de 1.400 pessoas foram detidas em abril, segundo o grupo local de direitos humanos Foro Penal, enquanto ao menos dez pessoas morreram durante protestos e outras 11 foram mortas em saques e distúrbios.

"Eu estarei aqui até as 18h. Nós estamos apenas nos aquecendo chegará o dia em que nós todos iremos para a rua até que este governo vá embora", disse Gladys Avariano, uma advogada de 62 anos, debaixo de um guarda-chuva enquanto estava sentada junto com outros manifestantes em uma avenida de Caracas, bloqueando o trânsito.

A crise política se acirrou no final de março quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) decidiu assumir as funções do Parlamento —controlado pela oposição—, gerando protestos locais e chamados internacionais para que o governo Maduro respeitasse a democracia.

O TSJ revogou a decisão, mas novos protestos se seguiram à decisão da Controladoria-Geral de cassar os direitos políticos de Capriles, governador do Estado de Miranda, por 15 anos.

A oposição tem insistido que continuará nas ruas até que sejam repostas todas as funções da Assembleia Nacional, que se convoquem eleições gerais, que se abra um canal humanitário que reduza a grave escassez de medicamentos e que se liberem centenas de presos políticos.

Maduro acusa os manifestantes de tentar derrubá-lo com a ajuda do governo dos Estados Unidos. Do outro lado, os líderes da oposição dizem que o governo chavista usa táticas repressivas e leva o país a uma ditadura.


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