Um estudante de 19 anos foi baleado e morto na noite de quinta-feira (6) ao passar no momento em que as forças de segurança reprimiam um protesto contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Carrizal, na região metropolitana de Caracas.
Jairo Ortiz foi atingido por uma bala no peito durante o confronto entre manifestantes e a polícia ao passar por uma passarela. Em entrevista ao canal Televen, a avó do jovem, Neyda Fagundez, disse que seu neto não participava das manifestações.
Fagundez afirma que ele havia deixado a namorada em casa, do outro lado de uma estrada, e voltava a sua residência com amigos. O ministro do Interior, Néstor Reverol, também descartou qualquer relação de Ortiz com o protesto opositor.
Na tarde desta sexta (7), a Polícia Nacional Bolivariana prendeu o agente Rohenluis Mata, 27, que teria feito o disparo mortal. O governo afirma que o policial agiu por conta própria e negou qualquer ordem superior para o uso de munição letal.
Enquanto o suspeito era preso, amigos, vizinhos e colegas de faculdade fizeram uma vigília em homenagem a Ortiz. Também foi realizada uma missa, que contou com a participação da deputada opositora Delsa Solórzano, que representa a região.
No início da noite, manifestantes atearam fogo em pneus e em um carro para fechar a rodovia Panamericana na altura da passarela onde o estudante foi morto.
O assassinato foi repudiado por governistas e opositores. O defensor do povo venezuelano, Tarek William Saab, disse que os culpados serão responsabilizados. "Garantimos à comunidade que este delito não ficará impune".
"A morte deste jovem dói na alma de todos os venezuelanos. Não se deve derramar nenhuma gota de sangue para que os venezuelanos consigam a mudança", disse o opositor Henrique Capriles.
Os adversários do presidente Nicolás Maduro voltam a fazer manifestações em Caracas e em outras cidades da Venezuela neste sábado (8).Na terça e quinta, os atos foram reprimidos pelas forças de segurança do governo.