Folha de S. Paulo


Filipinas culpam grupo islamista Abu Sayyaf por ataque a mercado

As Filipinas responsabilizaram neste sábado (3) o grupo islamita Abu Sayyaf pelo ataque com bomba que deixou ao menos 14 mortos em uma feira de Davao.

O Abu Sayyaf foi criado em 1991 por ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética. Ele é vinculado à rede terrorista Al Qaeda e foi responsabilizado pelo sequestro de vários turistas estrangeiros nas Filipinas nos últimos anos.

Manman Dejeto/AFP
Equipes de resgate reúnem corpos de vítimas do ataque que deixou ao menos 14 mortos nas Filipinas
Equipes de resgate reúnem corpos de vítimas do ataque nas Filipinas

"O gabinete do presidente nos escreveu e confirmou que foi uma represália de Abu Sayyaf", disse à rede CNN a prefeita da cidade, Sarah Duterte, que é filha do presidente Rodrigo Duterte.

O ministro da Defesa, Delfin Lorenzana, também acusou o grupo radical pelo ataque ocorrido na noite desta sexta-feira (2) e que deixou ao menos 70 feridos. "Ninguém reivindicou o ataque, mas podemos concluir que foi cometido pelo grupo terrorista Abu Sayyaf, que teve várias derrotas em Jolo nas últimas semanas", disse.

O presidente Duterte lançou recentemente uma ofensiva militar contra o Abu Sayyaf. Na última segunda-feira (29), quinze soldados morreram em confrontos com o grupo islamita na ilha de Jolo, um dos principais redutos do grupo, a 900 km de Davao.

ESTADO SEM LEI

Mais cedo, o presidente decretou um "estado de ausência de lei" no país em reação ao ataque, que ocorreu em sua cidade natal.

Duterte visitou o local do ataque e explicou que sua determinação não é equivalente a uma "lei marcial". Segundo ele, este "estado de ausência de lei" vai autorizar o envio de tropas a centros urbanos para apoiar a polícia na intensificação de patrulhas.

Informações iniciais apontam que uma bomba caseira foi usada no ataque, que ocorreu pouco antes das 23h locais de sexta-feira (meio-dia em Brasília) e deixou corpos espalhados em meio a destroços de mesas e cadeiras de plástico em uma rua fechada para a realização da feira, no centro da cidade.


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