Folha de S. Paulo


Argentinas sairão às ruas em ato contra violência contra a mulher

Juan Mabromata - 3.jun.2015/AFP
Mulher carrega cartaz dizendo
Mulher carrega cartaz dizendo "Estou viva, posso contar sobre isso" em ato contra feminicídio em 2015

Milhares de argentinas devem sair às ruas nesta sexta-feira (3) para protestar pelo fim da violência contra a mulher, um ano depois de uma grande manifestação em reação à morte da adolescente Chiara Páez.

O corpo de Chiara foi encontrado enterrado nos fundos da casa de seu então namorado há pouco mais de um ano em Rufino (a 470 km de Buenos Aires), na Argentina. Ela tinha 14 anos, estava grávida e foi assassinada pelo namorado de 16.

O caso provocou reações em toda a sociedade argentina, principalmente entre o movimento feminista, que criou o coletivo "Ni una menos" (nenhuma a menos) e levou 200 mil pessoas às ruas de Buenos Aires. À época, também houve atos em dezenas de cidades do interior do país, do Uruguai e do Chile.

Para Florencia Abbate, uma das fundadores do "Ni una menos", a marcha de 2015 foi histórica porque nunca havia tido outra tão grande contra a violência de gênero.

O recente assassinato de Micaela Ortega, que tinha 12 anos, é o que mais chama a atenção da imprensa argentina. Jonathan Lun, 26, confessou o crime e admitiu que enganou a vítima através de um perfil falso no Facebook.

Desde junho de 2015, 275 mulheres foram assassinadas no país. Maridos ou namorados foram os responsáveis por 59% dos casos, segundo levantamento da ONG La Casa del Encuentro. Os números estão dentro da média dos últimos três anos.


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