Folha de S. Paulo


Netanyahu amplia coalizão e traz ultranacionalista para a Defesa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu escolhido para o Ministério da Defesa, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, assinaram um acordo de coalizão nesta quarta-feira (25) e deram garantias de que o governo mais direitista da história do Estado judeu irá agir com responsabilidade.

Uma vez que Lieberman esteja empossado, Netanyahu terá um governo com o apoio de 66 parlamentares, ampliando sua maioria atual de uma cadeira no Parlamento de 120 membros —objetivo que o líder israelense disse almejar desde que conquistou seu quarto mandato, no ano passado.

Abir Sultan/Efe
IS01. JERUSALÉN (ISRAEL), 10/11/2014.- El primer ministro israelí, Benjamin Netanyahu (dcha), el ministro de Exteriores Avigdor Lieberman (c), y el de Defensa Moshe Ya'alon, asisten a la votación del presupuesto del ejercicio 2015 en el parlamento de Israel, en Jerusalén, el 10 de noviembre del 2014. EFE/Abir Sultan ORG XMIT: IS01
Premiê Netanyahu (dir.) com Lieberman (centro) e o ex-ministro da Defesa, Moshe Yaalon, em 2014

A volta de Lieberman ao gabinete —ele já foi ministro das Relações Exteriores— despertou dúvidas em casa e no exterior, dadas suas críticas à minoria árabe de Israel, às conversas de paz com os palestinos patrocinadas pelos Estados Unidos e às potências regionais Egito e Turquia.

Na cerimônia de assinatura, na qual o partido Yisrael Beitenu, de Lieberman, concordou formalmente em se unir ao partido Likud de Netanyahu, os dois homens trocaram o hebraico pelo inglês para enviar uma mensagem à comunidade internacional.

"Meu governo continua comprometido a buscar a paz com os palestinos, a buscar a paz com todos os nossos vizinhos", disse Netanyahu. "Minha política não mudou. Continuaremos a buscar todos os caminhos para a paz, ao mesmo tempo garantindo a proteção e a segurança de nossos cidadãos."

Ele disse que um governo mais amplo e estável tornará mais fácil "aproveitar novas oportunidades" na região, uma referência a possíveis gestos de paz para Estados árabes que compartilham o temor de Israel com a militância islâmica e com o Irã.

Autoridades palestinas disseram que com Lieberman, que mora em um assentamento na Cisjordânia ocupada, de volta ao gabinete como ministro da Defesa, as perspectivas de ressuscitar as negociações para a criação de um Estado palestino, que fracassaram em 2014, se tornaram mais sombrias.

Na sexta-feira (20), Moshe Yaalon anunciou que deixava o cargo de ministro da Defesa de Netanyahu sob o argumento de que o governo de Israel está tomado "por elementos perigosos e extremistas" e que não é mais possível confiar no premiê.


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