Folha de S. Paulo


Maduro vai mudar o fuso horário da Venezuela para economizar energia

Depois de diminuir de cinco para quatro os dias úteis do serviço público, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (14) que mudará o fuso horário do país para economizar energia.

O horário de verão é mais uma medida do governo chavista para tentar resolver a crise energética. Nos últimos meses, a seca provocada pelo El Niño diminuiu ainda mais a geração de energia, já afetada pela falta de infraestrutura.

Boris Vergara/Xinhua
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é cumprimentado por chavistas no Palácio de Miraflores
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é cumprimentado por chavistas no Palácio de Miraflores

Em evento no Palácio de Miraflores, Caracas, Maduro disse que a mudança começa a valer a partir de 1º de maio, mas não mencionou o quanto serão adiantados os relógios. Hoje, o país tem diferença de -1h30 em relação a Brasília.

"É uma medida simples que permitirá uma economia importante. Temos que enfrentar este fenômeno extremo de seca que, em média, aumentou em 1,5 grau a temperatura este ano, o mesmo que se esperava para dez anos", disse.

Além da mudança de horário, o líder decretou feriado na próxima segunda-feira (18), véspera do Dia da Declaração da Independência de 1810, para os servidores públicos e as escolas. A terça já era um feriado oficial.

O presidente voltou a afirmar que as 18 hidrelétricas do país estão em nível crítico. O reservatório da usina de El Guri, a maior da Venezuela, está em seu recorde mínimo —3,66 metros acima de seu volume morto.

As medidas de economia e os frequentes apagões são criticados pela oposição e por analistas, especialmente porque o país investiu pouco em seu parque elétrico depois da crise energética de 2010.

A seca também provocou racionamento de água nas principais cidades do país, levando a doenças causadas pela falta de higiene, e dificulta a produção de alimentos, elevando o desabastecimento no comércio.

SANÇÕES

Na semana passada, o governo já havia diminuído o número de dias de trabalho para o funcionalismo público e de oito para seis horas a jornada laboral diária nos ministérios e nas empresas estatais.

Também aumentou as sanções aos grandes consumidores, como hotéis, shoppings, indústrias e supermercados, que agora são obrigados a gerar a sua própria energia por nove horas diárias.

O governo multou 15 shoppings que usam seus geradores por tempo menor que o previsto. A crise energética também prejudica o funcionamento dos hotéis em isla Margarita, um dos principais destinos turísticos do Caribe.


Endereço da página:

Links no texto: