Folha de S. Paulo


Reino Unido declara morte de lorde suspeito de crime e que sumiu em 1974

O Tribunal de Justiça de Londres declarou nesta quarta-feira (3) a morte de Richard John Bingham, o lorde Lucan, desaparecido desde 1974. O nobre sumiu logo depois do assassinato da babá dos seus filhos, do qual se tornou o principal suspeito.

A morte do aristocrata foi declarada depois de pedido de seu filho, George Bingham, 48, que herda o título de nobreza. "Nossa família desconhece como nosso pai morreu. É um mistério e poderá o ser para sempre", disse.

Reprodução/Wikipedia
Richard John Bingham, o lorde Lucan, ao lado da mulher, Veronica, 11 anos antes de desaparecer
Richard John Bingham, o lorde Lucan, ao lado da mulher, Veronica, 11 anos antes de desaparecer

Lorde Lucan teria 81 anos hoje. Poucas horas antes de desaparecer, Sandra Rivett, babá de seus três filhos, foi morta a pauladas na casa que dividia com sua mulher, Veronica, no bairro de Belgravia, em Londres.

Na época, Lucan e Veronica estavam se separando e ele queria a guarda de seus filhos. Para os investigadores, o lorde matou a babá pensando que fosse a mulher que, após o divórcio, teria a custódia das crianças.

A última vez que foi visto foi logo após o crime, quando foi ao pub vizinho a sua casa, The Plumber's Arms, para pedir ajuda. Três dias depois, seu carro foi encontrado abandonado com manchas de sangue no litoral sul da Inglaterra.

Sua mulher, que lutou com o agressor na escuridão durante o ataque, disse que se tratava de seu marido. Depois do desaparecimento, surgiram diversas especulações sobre o seu paradeiro.

Alguns afirmam que se afogou em sua fuga no Canal da Mancha, outros dizem que foi visto na Colômbia, África do Sul, Índia, Holanda e Nova Zelândia. Também se especulou que teria feito de tudo para ser devorado por um leão.

O fascínio do caso se deve, em parte, ao fato de que lorde Lucan era um bon vivant da sociedade londrina, reconhecido por sua elegância, seu vício do jogo e por ser um clássico representante da capital britânica nos anos 1960.

O filho da babá supostamente assassinada também foi ao tribunal e parabenizou o desenlace do caso. "Acho que está morto. Estou contente por George", afirmou Neil Berriman, 49, que tinha sete anos quando a mãe foi morta.


Endereço da página: