Folha de S. Paulo


Ministra da Justiça francesa se demite por discordar de projeto antiterror

Etienne Laurent - 23.dez.2015/Efe
ETI775 PARÍS (FRANCIA) 27/01/2016.- Fotografía de archivo tomada el 23 de diciembre de 2015 que muestra a la ministra de Justicia de Francia, Christine Taubira, en el Palacio del Elíseo en París (Francia). Taubira presentó hoy su dimisión al presidente François Hollande, con el que había disentido públicamente sobre la reforma constitucional que permite retirar la nacionalidad francesa a los binacionales condenados por terrorismo. En un comunicado, el Elíseo explicó que Hollande aceptó la dimisión de Taubira y que ambos acordaron poner fin a sus funciones al frente del departamento de Justicia el mismo día en que se inicia en la Asamblea Nacional (cámara baja) el procedimiento de tramitación de la reforma constitucional. EFE/Etienne Laurent ORG XMIT: ETI775
Foto de arquivo de Christiane Taubira, que pediu demissão do Ministério da Justiça

A ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, 63, pediu demissão nesta quarta-feira (27) por divergir do governo do presidente François Hollande com relação a um projeto de lei que prevê a retirada da cidadania francesa de pessoas com dupla nacionalidade acusadas de terrorismo.

A demissão da ministra foi anunciada horas antes de o primeiro-ministro Manuel Valls apresentar a uma comissão da Assembleia Nacional o texto definitivo do projeto de reforma constitucional sobre a retirada de nacionalidade.

"Às vezes resistir é ficar, às vezes resistir é sair", escreveu Taubira no Twitter.

Tuíte

Taubira, originária da Guiana Francesa, na América do Sul, é conhecida por sua militância em defesa dos direitos das mulheres e de minorias na França. Ela já foi alvo de racismo de políticos e militantes da extrema-direita.

De acordo com o gabinete de Hollande, o Ministério da Justiça deve ser ocupado de agora em diante por Jean-Jacques Urvoas, um parlamentar da Bretanha aliado de Valls e especialista em assuntos de segurança do Partido Socialista.

O projeto de retirada de cidadania, apoiado pela extrema-direita, foi impulsionado junto a outras medidas de segurança pelo governo de Hollande após os atentados de 13 de novembro, que deixaram ao menos 130 mortos em diferentes pontos de Paris.

A maioria dos responsáveis pelos ataques, reivindicados pela milícia radical Estado Islâmico, tinha cidadania francesa ou belga.

Nesta quarta-feira, Taubira planejava viajar aos EUA para encontrar a procuradora-geral Loretta Lynch e ativistas do movimento negro ligados ao grupo Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre), e para receber um título honorário da Universidade de Wisconsin.


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