Folha de S. Paulo


Moradores de Washington e NY correm aos mercados antes de nevasca

A capital dos Estados Unidos se prepara para o pior.

À espera da supertempestade que se aproxima da costa leste do país, os moradores de Washington correram aos supermercados para estocar alimentos e outros produtos básicos, enquanto a meteorologia alerta que a cidade será coberta por 60 centímetros de neve, ou mais, no fim de semana.

Marcelo Ninio/Folhapress
Prateleiras ficam vazias após moradores de Washington irem às compras antes de tempestade
Prateleiras ficam vazias após moradores de Washington irem às compras antes de tempestade

Mais de 6.000 voos previstos para sexta (22) e sábado (23) foram cancelados. A expectativa é que a tempestade atinja 15 Estados por volta do fim do dia, afetando cerca de 80 milhões de pessoas.

Os governadores de Pensilvânia, Maryland, Virgínia, Carolina do Norte e Geórgia declararam estado de emergência, assim como a prefeitura de Washington, que deve ser uma das cidades mais atingidas pela tempestade, batizada de Jonas.

Nevasca

A orientação é para que os moradores das áreas mais atingidas estoquem artigos básicos para até uma semana e fiquem em casa. Se as previsões se confirmarem, será o maior volume de neve já registrado na capital americana.

Numa decisão rara na cidade, as autoridades anunciaram que o metrô será fechado na noite de sexta (22) e só voltará a funcionar na segunda (25). Escolas cancelaram as aulas. O serviço público terá meio expediente, para facilitar a volta para casa dos funcionários antes que o Jonas chegue.

Funcionária do Senado, Helen Harrys preferiu não esperar. Pediu dispensa do trabalho logo de manhã e foi às compras. Com o carrinho cheio, aguardava numa longa fila que se estendia por todos os corredores de um supermercado no centro da capital.

"Às vezes a meteorologia promete e não cumpre. Mas dizem que desta vez a tempestade será épica, achei melhor me prevenir", disse ela, moradora de Baltimore, que fica a 60 quilômetros de Washington.

Várias prateleiras estavam vazias, como a do leite, do pão e da água mineral. Na longa fila do supermercado e nas redes sociais, a tempestade era o assunto dominante, com fartas críticas à incapacidade do governo em manter a cidade funcionando.

A preocupação aumentou depois da prévia de última quarta-feira (20), quando a cidade ficou praticamente paralisada com meros 3 centímetros de neve.

Até o presidente Barack Obama ficou preso no trânsito ao voltar de viagem. O trajeto entre a base aérea de Andrews e a Casa Branca, geralmente de menos de 30 minutos, levou o dobro do tempo.

Muriel E. Bowser, prefeita de Washington, reconheceu que. "Não fornecemos os recursos num momento em quee poderia ter feito a diferença", disse a prefeita, que também declarou estado de emergência na capital.

NOVA YORK

Em um supermercado da rede Morton Williams, em Nova York, o dia foi uma "loucura", com demanda 20% maior do que de costume, segundo o gerente. O item mais procurado foi a água. Uma consumidora que se identificou como Susan disse que estava estocando de tudo.

"Em geral, eu só como fora. Mas estou me preparando para não sair de casa no final de semana inteiro", contou.

A provedora de energia ConEdison enviou e-mail aos clientes com oito instruções para a chegada da neve.

"Se acabar a energia, apague as luzes e desligue aparelhos para não sobrecarregar a energia quando for restaurada", orienta a empresa. "Use velas e lanternas com cuidado. Mantenha-as longe de correntes de ar, materiais inflamáveis e crianças."

Já o site "Spoiled NYC", que dá dicas de programas na cidade, aproveitou para recomendar lugares onde a vista fica bonita quando coberta de neve.

"Como não demora muito até que Nova York fique coberta de uma lama escura, uma visita ao Pelham Bay, o maior parque da cidade, é excelente para observar a neve intocada pelas botas sujas das pessoas, os carros e a poluição."

Colaborou THAÍS BILENKY, de Nova york


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