Folha de S. Paulo


Obama envia recado a líderes de facção islâmica: 'Vocês são os próximos'

Carlos Barria/Reuters
Obama conversa com o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, durante reunião no Pentágono

O presidente americano, Barack Obama, afirmou mais uma vez nesta segunda (14) que o avanço do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) foi contido pela ação militar da aliança liderada pelos EUA.

Em pronunciamento após reunir-se no Pentágono com o Conselho de Segurança Nacional, Obama citou alguns nomes de líderes do EI mortos em ataques da coalizão e prometeu que mais virão.

"Os líderes do EI não podem se esconder, e nossa mensagem a eles é simples: vocês são os próximos", disse Obama, num tom mais belicoso que em falas anteriores.

A seu lado estavam o vice-presidente, Joe Biden e o secretário de Defesa, Ashton Carter, além de outros membros de sua equipe de segurança.

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Obama não anunciou novidades em relação à estratégia americana para derrotar o EI, mas reiterou seus pontos principais, como já havia feito em discurso proferido na Casa Branca no último dia 6: caçar e matar terroristas, treinar e equipar forças locais, romper o financiamento e a propaganda do EI e manter o esforço diplomático para colocar um fim à guerra civil síria.

O golpe à fonte de financiamento do EI é uma dos elementos centrais, indicou. "Na medida em que apertarmos o seu coração, ficará mais difícil para o EI promover sua propaganda e terror ao redor do mundo", disse Obama, numa referência ao bombardeio de campos de petróleo explorados pelo grupo terrorista.

O presidente anunciou que o secretário Ashton Carter embarcaria em seguida para o Oriente Médio, a fim de angariar mais apoio à campanha contra o grupo.

Embora tenha citado uma série de êxitos no esforço, como o aumento dos ataques aéreos e do território recuperado, o presidente reconheceu que é preciso fazer mais e afirmou que está tratando o assunto com "grande senso de urgência".

"Reconhecemos que o progresso precisa ser mais rápido", disse, observando que um problema particularmente difícil é o combate ao EI nas áreas urbanas controladas pelo grupo, já que civis são usados como escudos humanos.

"Mesmo sem dar trégua, precisamos ter sabedoria, atingindo o EI cirurgicamente e com precisão", disse.

Foi a primeira reunião de Obama com o conselho de segurança nacional desde o dia 6 de julho, quando o presidente anunciou progressos na luta contra o EI, mas alertou que seria uma longa campanha.

Obama sofreu críticas de opositores, que não consideram a estratégia do governo eficaz contra o grupo terrorista, principalmente depois do atentado que deixou 14 mortos na Califórnia, no último dia 2.

De acordo com as investigações, o casal que cometeu o ataque havia adotado uma doutrina extremista inspirada no EI.

Apesar da pressão, o governo tem resistido aos apelos de políticos republicanos para efetuar uma grande ação militar terrestre contra o EI nas áreas controladas pelo grupo terrorista, na Síria e no Iraque e afirma que a estratégia já começou a dar resultados.


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