O papa Francisco deu início nesta terça-feira (8), no Vaticano, ao Jubileu Extraordinário da Misericórdia, ano sagrado para os católicos.
Diante de cerca de 50 mil fiéis, o pontífice celebrou uma missa e abriu a Porta Santa da basílica de São Pedro, rito que marca o começo do Jubileu.
Pela porta, que geralmente permanece fechada, Francisco entrou na basílica, seguido pelo papa emérito Bento 16. É a primeira vez na história que dois pontífices inauguram um Jubileu.
Com o ato simbólico, Francisco fez um apelo à Igreja para que se "abra ao mundo", respeite o próprio "impulso missionário" de ser "samaritano".
"Devemos antepor a misericórdia ao julgamento, e em qualquer ocasião o julgamento de Deus se dará sob a luz de seu perdão", disse o papa.
A cerimônia foi marcada por um forte esquema de segurança. Desde o início da manhã, a polícia revistou peregrinos, jornalistas, diplomatas e até padres que entravam na área, em controles colocados a várias quadras da Praça São Pedro.
O espaço aéreo sobre a maior parte de Roma foi fechado e as autoridades proibiram o transporte de gasolina, gás, armas, explosivos e fogos de artifício.
Durante a missa, Francisco pediu aos fiéis que deixem "de lado todo o medo e pavor". "Em vez disso, vamos experimentar a alegria do encontro com a graça que transforma todas as coisas", acrescentou.
Segundo o chefe da polícia de Roma, Franco Gabrielli, "o risco de terrorismo nunca poderá ser igual a zero". "Não podemos garantir a segurança absoluta, mas estamos trabalhando para atingir o nível de segurança que as pessoas pedem com razão", afirmou.
Depois dos atentados em Paris, na França, as autoridades reforçaram a segurança em Roma com mais de 5.000 soldados e policiais.
Também nesta terça-feira, serão projetadas sobre a fachada da basílica de São Pedro fotografias sobre os problemas causados pela mudança climática. A exposição é inspirada na encíclica do papa sobre o ambiente, "Laudato Si". Segundo autoridades do Vaticano, serão expostas imagens clicadas pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
Em setembro, ao detalhar as concessões da Igreja para o Jubileu, Francisco anunciou a permissão para padres católicos perdoarem mulheres arrependidas que tenham feito abortos, assim como os médicos que fazem o procedimento.
Anos Santos normalmente ocorrem a cada 25 anos, a menos que um papa decrete um extraordinário para chamar a atenção para uma necessidade ou tema específico. O próximo Ano Santo estava programado para 2025, mas Francisco decidiu convocar um Jubileu especial sobre o tema da misericórdia.
Durante as celebrações de um ano de duração do Jubileu, um dos eventos mais importantes para o 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo, fiéis fazem peregrinações a Roma e outros locais da religião em todo o mundo.
O 29º Jubileu da Igreja Católica termina em 20 de novembro de 2016.