Uma série de operações policiais antiterrorismo na Bélgica deteve 21 suspeitos entre domingo (22) e segunda-feira (23) no país. No entanto, Salah Abdeslam, um dos envolvidos nos atentados em Paris no último dia 13 e o principal alvo das autoridades, não está entre estes, disse a Procuradoria.
No domingo, ocorreram ao menos 22 operações no país, sendo 19 em Bruxelas e três em Charleroi, no sul do país, disseram as autoridades em um anúncio a jornalistas. Na segunda, novas operações foram feitas em Bruxelas e Liege. Nenhuma arma ou material explosivo foi recuperado nas ações.
A Bélgica estendeu até segunda-feira um alerta máximo de segurança em Bruxelas e viveu momentos tensos durante a noite, enquanto policiais realizavam operações inclusive no centro da capital, fechando ruas e levando suspeitos feridos, segundo testemunhas.
A polícia orientou policiais e jornalistas a não divulgar detalhes das ações dos agentes nas redes sociais para não comprometer as buscas em curso. Mesmo durante o anúncio oficial, a Procuradoria não permitiu que os jornalistas fizessem perguntas.
Mesmo assim, muitos boatos se espalharam sobre os eventos. Segundo o site da emissora britânica BBC, um jornal belga afirmou que Abdeslam foi visto em um carro em uma estrada nas cercanias de Liège, tentando atravessar a fronteira em direção a Alemanha, mas não foi capturado. Não há confirmação oficial ou independente sobre esta informação.
GATINHOS
A falta de notícias mobilizou os belgas nas redes sociais. Sob a hashtag #BrusselsLockdown (fechamento de Bruxelas), muitos deles passaram a postar como o Twitter fotos de gatos como forma de apoio aos esforços das autoridades em manter seus passos em sigilo.
A Bélgica está no centro das investigações dos ataques em Paris. Três suspeitos foram detidos no país e acusados formalmente de terrorismo pela justiça em conexão com os ataques que deixaram 130 mortos.
No sábado (21), a Procuradoria da Bélgica afirmou que várias armas foram encontradas em uma busca na casa de um desses três suspeitos. Em comunicado, ela afirmou que não foram encontrados explosivos ou coletes-bomba, mas não deu mais detalhes.
Bruxelas foi ainda a cidade de moradia do suspeito de organizar os ataques, Abdelhamid Abaaoud, e de Abdeslam, um dos supostos envolvidos.
