Folha de S. Paulo


Polícia faz busca e apreensão no BC argentino

Por ordem judicial, a polícia fez nesta terça-feira (17) uma operação de busca e apreensão na sede do Banco Central da Argentina, que fica no centro da capital, Buenos Aires.

A operação foi ordenada pelo juiz federal Claudio Bonadio, em razão de um processo que investiga suposta má administração de recursos públicos pelo presidente do BC, Alejandro Vanoli –Bonadio é o mesmo juiz que, em julho deste ano, foi removido da investigação de acusações de lavagem de dinheiro envolvendo a família Kirchner.

A suspeita é que Vanoli tenha ordenado operações de venda de dólares no mercado futuro de câmbio a preços excessivamente abaixo dos de mercado, com o objetivo de baixar a cotação da moeda.

Eitan Abramovich/AFP
Prédio do Banco Central da Argentina, que foi alvo de operação de busca e apreensão nesta terça (17)
Prédio do Banco Central da Argentina, que foi alvo de operação de busca e apreensão nesta terça (17)

A denúncia foi feita por dois deputados de oposição ao governo Cristina Kirchner, Federico Pinedo e Mario Negri, com assessoramento técnico do ex-presidente do BC Alfonso Prat-Gay.

Prat-Gay (pronuncia-se "gai") é um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Economia caso o opositor Mauricio Macri vença o governista Daniel Scioli no segundo turno presidencial, marcado para este domingo (22).

O ex-presidente do BC alega que, com a operação ordenada por Vanoli, o próximo ocupante da Casa Rosada –seja Macri, seja Scioli– terá de arcar com o pagamento de US$ 12 bilhões desses contratos.

O atual presidente do Banco Central argumenta que os preços dos contratos futuros estão de acordo com as taxas de juros de referência e as expectativas de desvalorização do peso em relação ao dólar.

Em nota, o BC afirmou que suas intervenções no mercado futuro de câmbio são "absolutamente transparentes" e negou prejuízo aos cofres públicos.


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