Folha de S. Paulo


Irã envia 1.500 soldados à guerra civil na Síria, diz agência

A Guarda Revolucionária do Irã enviou 1.500 homens nas últimas duas semanas para as regiões norte e central da Síria, de acordo com os relatos de um funcionário de governo da região e de ativistas sírios à agência de notícias Associated Press.

É a primeira vez que envolvidos no conflito confirmam a presença de soldados iranianos na guerra civil síria, que começou em 2011 e já deixou mais de 250 mil mortos. Os governos sírio e iraniano admitiam apenas a presença de assessores e especialistas militares do país persa.

Segundo o funcionário, que não quis ser identificado, as tropas iranianas começaram a chegar após a Rússia iniciar seus ataques aéreos em território sírio, no final de setembro. Apoiado pelo Irã, o grupo xiita libanês Hizbullah também incrementou sua presença na Síria, diz ele.

O objetivo das forças iranianas parece ser ajudar o regime de Assad a retomar a cidade de Jisr al-Shughour, na província de Idlib (noroeste da Síria), dominada desde abril por um grupo de rebeldes que inclui a Al Nusra, braço da rede terrorista Al Qaeda.

Para os ativistas sírios, a ação conjunta de russos e iranianos -aliados do ditador da Síria, Bashar al-Assad- mostra que a prioridade no envolvimento militar da Rússia é manter Assad no poder, e não derrotar os radicais do Estado Islâmico que dominam regiões no leste do país.

A força-tarefa liderada pelos EUA informou nesta quarta que os americanos e seus aliados realizaram, na terça, 18 ataques aéreos em áreas dominadas pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

CONVERSAS

Também falando sob anonimato, uma fonte no governo americano disse à agência Reuters que EUA e Rússia estão finalizando um memorando para estabelecer procedimentos de segurança básica nos ataques aéreos na Síria.

O governo dos EUA diz que o objetivo é evitar acidentes -segundo o Pentágono, aeronaves russas já chegaram a milhas de distância de drones e caças da coalizão liderada pelos americanos. A Rússia também já foi acusada de bombardear posições de rebeldes apoiados pelos EUA.

Em nota nesta quarta (14), o Pentágono informou ter avançado nas discussões sobre segurança depois de uma videoconferência com autoridades de defesa da Rússia.

Ainda nesta quarta, o chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que os EUA se recusaram a receber uma delegação liderada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev para discutir a guerra síria.

A proposta, segundo Lavrov, foi feita pelo presidente Vladimir Putin a seu colega americano, Barack Obama, durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro.


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