Folha de S. Paulo


Turquia trata EI como principal suspeito de atentado, diz premiê

Para as autoridades turcas, a milícia terrorista Estado Islâmico (EI) é a principal suspeita do atentado que matou ao menos 97 pessoas em Ancara, afirmou o primeiro-ministro do país, Ahmet Davutoglu, nesta segunda (12), destacando que os investigadores estão perto de identificar um dos dois homens-bomba.

Davutoglu já havia dito em uma entrevista ao canal NTV que as evidências apontavam para "um certo grupo", o qual ele se recusou a identificar. O primeiro-ministro havia colocado, anteriormente, a guerrilha curda PKK entre os suspeitos.

A manifestação, no último sábado (10), foi organizada por ativistas turcos e curdos para pedir mais democracia e o fim da luta, retomada em julho, entre as forças de seguranças do país com os rebeldes curdos.

O atentado ocorre menos de um mês antes das eleições parlamentares, marcadas para 1º de novembro.

Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ato. A mídia turca apontou, porem, para as semelhanças com o ataque de um homem-bomba que matou 33 pessoas em Suruç, perto da fronteira com a Síria, em julho. O governo, à época, apontou o EI como culpado.

Segundo o jornal "Hürriyet", o artefato e os explosivos usados em Ancara são similares aos usados em Suruç.

Nesta segunda, o "Yeni Safak", um jornal pró-governo, afirmou que o foco das autoridades na investigação é o EI, e que os peritos estão comparando amostras de DNA dos suspeitos com o de familiares de cerca de 20 extremistas.

Segundo Davutoglu, a Turquia havia recebido informações de que rebeldes curdos ou militantes do EI planejavam explodir bombas no país e que dois suspeitos haviam sido detidos antes do ataque de sábado.

AGENDA

O partido governista, AKP, ao qual são filiados tanto Davutoglu quanto o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, cancelou todos os compromissos de campanha até a sexta-feira (16) devido ao atentado terrorista.

Também nesta segunda, Berlim anunciou que a chanceler alemã, Angela Merkel, vai fazer uma viagem para a Turquia no próximo domingo (18). Na pauta das discussões estão questões de segurança, a crise de refugiados e o conflito na Síria, segundo seu porta-voz.


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