Folha de S. Paulo


Vídeo mostra policiais húngaros atirando comida para refugiados

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Um vídeo gravado em um acampamento de refugiados em Roszke, na Hungria, mostra policiais com máscaras cirúrgicas e capacetes atirando comida para refugiados.

As imagens foram feitas pela voluntária austríaca Michaela Spritzendorfer, que esteve no local na última quarta (9). A polícia húngara abriu investigação sobre o caso.

O vídeo mostra cerca de 150 migrantes em um galpão tentando chegar a um ponto de distribuição de comida. Alguns policiais então jogam sacos com sanduíches para a multidão. "Foi como se estivessem alimentando animais em um cercado, como um Guantánamo na Europa", disse Klaus Kufner, colega de Spritzendorfer.

Segundo o porta-voz do governo húngaro, Zoltan Kovacs, as imagens são de um centro de detenção onde os refugiados são mantidos por algumas horas ou no máximo dois dias até serem regularizados. "Eles [os policiais] tentavam manter a ordem entre pessoas que eram incapazes de fazer fila por comida", afirmou à agência Reuters.

HUNGRIA

O governo húngaro vem sendo criticado por sua inabilidade e atitude defensiva frente à crise de refugiados na Europa.

Nesta sexta (11), o primeiro-ministro do país, Viktor Orban anunciou que, a partir da próxima terça (15), entrará em vigor novas leis que estabelecem penas de até cinco anos de reclusão para quem entrar na Hungria de forma ilegal.

Assim como outros países do leste europeu, a Hungria rejeita uma proposta, impulsionada por Alemanha e Áustria, de estabelecer cotas obrigatórias de refugiados para cada país-membro da União Europeia. Ao menos 160 mil pessoas teriam de ser redistribuídas no continente.

Para Orban, "temos de resolver o problema onde ele existe. Se a Grécia não é capaz de proteger suas fronteiras, temos que mobilizar forças europeias para que elas façam cumprir a lei".

Também nesta sexta, a cinegrafista húngara flagrada chutando refugiados em Roszke pediu desculpas por sua atitude e disse que havia sido tomada pelo pânico.

Segundo a Acnur, mais de 380 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar Mediterrâneo neste ano.


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