Folha de S. Paulo


Conservador, governador de Wisconsin combate sindicatos

Quando tinha 24 anos, Scott Walker conheceu uma mulher 12 anos mais velha, Tonette, em um karaokê em Milwaukee. Gostou da moça, mas não puxou papo. Deixou um bilhete num guardanapo convidando-a para jantar.

Três meses depois, Walker levou Tonette ao mesmo bar e a pediu em casamento com um bilhete no guardanapo. Casaram-se no dia do aniversário de Ronald Reagan, 6 de fevereiro, e desde então a celebração da data têm decoração alusiva ao ex-presidente americano (1981-89).

Walker, que, nesta segunda (13), aos 47, lançou sua pré-candidatura à Presidência dos EUA, repete o tema Reagan em outras agendas. Também é membro do Partido Republicano, tem visão conservadora nos costumes e ortodoxa na economia.

Enquanto presidente, Reagan, morto em 2004, evitou falar em Aids, porque a doença, à época, era tabu relacionado a uma suposta promiscuidade homossexual. Evangélico, Walker foi contra a legalização do casamento gay.

Após se eleger governador de Wisconsin, em 2011, Walker cortou impostos, marca de Reagan. E foi além: restringiu o direito de sindicalização dos servidores e os obrigou a pagar mais por planos de saúde e previdência.

(O jovem Reagan presidiu o sindicato dos atores de Hollywood, embora mais tarde tenha confrontado greves.)

Ainda autorizou o porte de armas escondidas e orgulha-se de o Estado passar a exigir identificação com foto do eleitor, medida criticada por ativistas por inibir minorias a votar.

Submetido a um referendo sobre sua permanência no cargo, venceu e ainda se reelegeu para um segundo mandato depois.

Walker entra na campanha eleitoral como um dos três favoritos à candidatura do Partido Republicano.

Mas não custa lembrar que Reagan foi derrotado nas primárias duas vezes até ser escolhido pelo partido e eleito pela população americana.


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