Folha de S. Paulo


ONU critica falta de ação de países asiáticos para salvar imigrantes

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) na Tailândia, Vivian Tan, disse nesta segunda (18) que a falta de salvamentos de emigrantes bengaleses e rohingya de Mianmar no mar de Andaman, no fim de semana, foi um "mau sinal".

"Nós estávamos esperando que mais navios fossem encontrados e que mais pessoas fossem resgatadas e autorizadas a entrar nos países da região. Infelizmente, isso parece não ter acontecido."

Segundo a porta-voz, "o tempo está se esgotando" para ajudar os emigrantes.

Romeo Gacad/AFP
Mulher da minoria rohingya e seu filho são identificados pela polícia da Indonésia
Mulher da minoria rohingya e seu filho são identificados pela polícia da Indonésia

Na semana passada, ao menos 700 bengaleses e emigrantes rohingya foram resgatados por moradores da província de Aceh, na Indonésia, elevando para ao menos 1.500 o número de pessoas acolhidas.

Agências humanitárias dizem que uma grave crise está em ebulição à medida que países da região se recusam a aceitar os emigrantes.

Autoridades da Indonésia proibiram pescadores de acolher os emigrantes, a menos que seus barcos estejam afundando ou que os viajantes estejam na água.

Fuad Basya, porta-voz militar da Indonésia, informou que os pescadores podem entregar alimentos, combustível e água para os barcos e também ajudar a repará-los.

Mas eles estão proibidos de levar os emigrantes à terra, o que constituiria uma entrada ilegal no país.

Alguns pescadores na província de Aceh disseram à rede britânica BBC que não foram autorizados a ajudar os migrantes mesmo se eles estivessem se afogando.

MALÁSIA

Nesta segunda, o Acnur ofereceu apoio ao governo da Malásia para ajudar a atender os mais de 1.100 imigrantes irregulares que entraram no país na semana passada.

Em seu comunicado, a agência da ONU elogiou o fato de o país ter permitido a entrada dos imigrantes e ofereceu apoio em forma de atenção médica, provisões e assessoria técnica.

Segundo a agência, cerca de 25 mil pessoas partiram em barcos de Bangladesh e de Mianmar no primeiro trimestre deste ano, o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado.

Desde que, em maio, a Tailândia iniciou uma ação contra o tráfico de pessoas, cerca de 2.500 bengaleses e rohingyas chegaram à Indonésia e à Malásia.

A Tailândia convocou para o próximo dia 29 uma reunião de técnicos e altos funcionários dos países envolvidos para debater o assunto.


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