Folha de S. Paulo


Ofensiva contra líder do Estado Islâmico matou 32 membros da facção

A operação militar dos EUA que matou um dos líderes do Estado Islâmico (EI) na Síria na madrugada de sábado (16) resultou na morte de outros 31 membros da facção terrorista, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que tem base em Londres.

Além do tunisiano Abu Sayyaf, que controlava parte das finanças do grupo, três líderes de nacionalidade marroquina teriam morrido durante a ação na província de Deir ez-Zor, no leste do país, que envolveu bombardeios aéreos e uma ação por terra com forças especiais.

Um dos marroquinos seria assistente de Abu Omar al-Shishani -comandante de operações de campo do EI no norte da Síria.

O governo americano havia anunciado no sábado (16) que um grupo de operações especiais foi deslocado de helicóptero de uma base militar no Iraque para a ação que acabou com a morte de Sayyaf, responsável pelo comércio ilegal de petróleo e gás -principal fonte de financiamento do EI.

A operação marca uma mudança na ofensiva dos EUA contra a facção, baseada anteriormente apenas em ataques aéreos. Washington assegura não ter agido de forma coordenada com Damasco nem ter avisado o regime sírio sobre a incursão.

Segundo o comunicado do Observatório Sírio, alguns membros árabes do EI passaram informações à coalizão e aos EUA para que a ofensiva fosse iniciada.

Até a conclusão desta edição, o EI não havia divulgado nenhum pronunciamento sobre o ataque.

Editoria de Arte/Folhapress

DOCUMENTAÇÃO

No domingo (17), parlamentares americanos disseram que as forças do país também conseguiram recolher uma quantidade "significativa" de material de inteligência na ação na Síria.

"Descobrimos um material valioso de informação eletrônica e documentos e gravações relacionados à estrutura organizacional do EI, o que vai nos ajudar, no longo prazo, a atingir seu comando e estrutura de controle", disse à Fox News o deputado republicano Michael McCaul, que preside o Comitê de Segurança Interna da Câmara.

O deputado Adam Schiff, o principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, disse à CNN que o material encontrado pode ter "um grande valor".

Para os parlamentares, o acesso à documentação do EI pode ter sido até mais significativo na batalha contra a facção do que a morte de Sayyaf. A mulher do líder assassinado, Umm Sayyaf, foi detida na ação e levada, no sábado, ao Iraque, onde já teria começado a ser interrogada.


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