As plantações de coca cresceram 39% entre 2013 e 2014 na Colômbia, segundo um relatório oficial dos Estados Unidos reproduzido pelos meios de comunicação colombianos. Assim, a área cultivada alcançou 120 mil hectares, o que corresponde a quase uma vez a área da cidade de São Paulo.
Os números pertencem à agência norte-americana de controle de drogas e foram apresentados ao presidente Juan Manuel Santos por meio da embaixada colombiana em Washington.
O departamento com a maior produção de coca é Nariño, no sudoeste do país. Foi verificado um aumento de 162%, atingindo uma área de 23,5 mil hectares.
"Os maiores incrementos no cultivo [em Nariño] ocorreram em zonas que compreendem uma reserva indígena e a faixa de proteção acordada com o Equador, áreas em que não ocorre pulverização aérea", aponta o documento.
A Colômbia, que divide com o Peru o posto de maior produtor mundial de coca, recorre há décadas a pulverizações aéreas em plantações clandestinas em um plano de combate ao narcotráfico financiado pelos Estados Unidos.
| Jack Guez - 23.jul.2003/AFP | ||
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| Avião pulveriza herbicida sobre plantação de coca na Colômbia |
Na semana passada, o Ministério da Saúde colombiano recomendou a suspensão do método de pulverização após a advertência da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o potencial cancerígeno do glifosato, uma das substâncias utilizadas pelas autoridades.
O Ministério da Defesa, por sua vez, defende que os estudos sobre os efeitos da substância não são conclusivos e que ela é necessária a fim de conter o aumento das plantações de coca no país.
Anos atrás, a Colômbia havia suspendido a pulverização aérea em uma região próxima ao Equador após reclamações de Quito sobre os efeitos dessa técnica sobre a saúde da população e as plantações locais.
Por outro lado, o governo colombiano e guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) concordaram, em meio a negociações de paz, na necessidade de diminuir o cultivo de coca no país.