Folha de S. Paulo


Itália busca sobreviventes de mais dois naufrágios no Mediterrâneo

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, informou nesta segunda-feira (20) que a Guarda Costeira do país e de Malta fazem o resgate dos sobreviventes dos naufrágios de mais dois barcos, que levavam 450 pessoas no Mediterrâneo.

Os novos acidentes aconteceram no mesmo dia em que ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reuniram em Luxemburgo para encontrar soluções para diminuir o número de tragédias envolvendo embarcações com imigrantes.

Matthew Mirabelli/AFP
Membros da Guarda Costeira de Malta retiram corpo de um dos passageiros de barco que naufragou
Membros da Guarda Costeira de Malta retiram corpo de um dos passageiros de barco que naufragou

Segundo Renzi, as duas embarcações foram encontradas na manhã desta segunda, enquanto as autoridades dos dois países faziam buscas pelos sobreviventes no naufrágio de um navio pesqueiro com 700 imigrantes no domingo (19).

Uma dos barcos era um bote inflável com 150 pessoas, encontrado a 55 km da costa líbia, e o outro um barco maior, com 300 imigrantes, na mesma região, informado inicialmente pela Organização Internacional para Migração (OIM).

Mais cedo, outras três pessoas morreram quando um veleiro com 80 imigrantes vindos do oeste da Turquia afundou no mar Egeu perto de Rodes, na Grécia, outra rota de pessoas que tentam deixar a África e o Oriente Médio para chegar à Europa. Os demais imigrantes foram resgatados.

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Com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, que melhora as condições de navegação pelo mar Mediterrâneo, o fluxo de imigrantes pelas principais rotas vindas do norte da África e do Oriente Médio aumentou e, com ele, o número de acidentes.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), pelo menos 1.650 imigrantes morreram no mar Mediterrâneo apenas no trecho entre a África e a Itália, quase a metade das 3.500 mortes registradas na região em todo o ano de 2014.

Editoria de arte/Folhapress

REUNIÃO

Diante da sequência de naufrágios no mar Mediterrâneo, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reúnem nesta segunda para discutir medidas para dar fim ao caos na Líbia e diminuir o fluxo de imigrantes.

Em entrevista antes da reunião, a chefe da diplomacia europeia, a italiana Federia Mogherini, disse que a Europa tem obrigação moral de reagir à crise e criticou a falta de medidas imediatas para dar fim à crise.

"Temos que atuar juntos como europeus, não só por nosso interesse, mas também pela nossa credibilidade: a União Europeia foi feita em torno da proteção dos direitos humanos, da dignidade humana e da vida dos seres humanos."

Dentre as medidas avaliadas, está o reforço da Agência Europeia de Controle de Fronteiras Exteriores (Frontex), assim como a melhora no combate ao tráfico humano. Também está em estudo o aumento de recursos europeus à Itália, o país mais afetado.

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