Folha de S. Paulo


Brancos sul-africanos se acorrentam a estátuas de líderes coloniais

Brancos sul-africanos estão se acorrentando a estátuas de líderes do período colonial para evitar que sejam vandalizadas ou removidas, reavivando o conflito entre negros e brancos num país que viveu sob apartheid –segregação racial oficial– até meados da década de 1990.

Nesta quarta-feira (8), manifestantes se reuniram em torno das estátuas do presidente sul-africano Paul Kruger (1825-1904) em Pretória e de Jan van Riebeeck (1619-1677) na Cidade do Cabo, localidade fundada pelo administrador colonial holandês em 1652.

Eles dizem que os monumentos são parte de sua herança cultural. A estátua de Kruger foi vandalizada com tinta verde.

Kim Ludbrook/Efe
A cantora Sunette Bridges se acorrenta à estátua do líder sul-africano Paul Kruger durante protesto em Pretória
A cantora Sunette Bridges acorrentada à estátua do presidente Paul Kruger no protesto em Pretória

No protesto junto ao monumento a van Riebeeck, um manifestante branco segurava um cartaz que dizia "tirem as mãos da nossa herança; isso é genocídio".

Também nesta quarta, a Universidade da Cidade do Cabo decidiu remover a controversa estátua do imperalista britânico Cecil Rhodes (1853-1902), que deu nome à Rodésia, hoje Zimbábue.

No mês passado, o monumento a Rhodes fora atacado por estudantes negros, que o cobriram de excremento. Alunos negros e brancos da universidade, uma das maiores do país, vinham promovendo regularmente marchas pedindo sua remoção.

Segundo a rede britânica BBC, autoridades do governo sul-africano condenaram os ataques às estátuas e disseram que uma decisão sobre o futuro dos monumentos só será tomada após consultas a todos os grupos.


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