Folha de S. Paulo


Conheça o Museu do Bardo, na Tunísia, alvo de ataque de atiradores

O Museu Nacional do Bardo é o maior da Tunísia, com um acervo de cerca de 8.000 peças.

Instalado em um antigo palácio de um bei (monarca) de Túnis, o museu tira seu nome de uma cidade militar fortificada que foi centro do poder da dinastia hussenita a partir de 1705. Com coleções que vão da pré-história às épocas cristã e árabe-islâmica, os destaques do museu são mosaicos romanos e pré-romanos.

Entre eles está "O Triunfo de Netuno", maior mosaico vertical do mundo. Feita no século 2º, a obra tem 13 metros de altura por 8 metros de largura.

Editoria de arte/Folhapress

O museu é uma das principais atrações da Tunísia, país que depende muito do turismo.

Próximo à Europa, com um litoral de 1.300 km e um importante patrimônio histórico (há oito sítios que são Patrimônio Mundial da Unesco), o país tem no setor de turismo cerca de 15% do seu PIB. A Tunísia é o quarto destino de turistas europeus na África, atrás apenas do Egito, da África do Sul e do Marrocos.

Entretanto, desde a revolta que derrubou o ditador Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011, dando início à chamada Primavera Árabe, a força do setor diminuiu bastante no país.

No ano passado, as receitas com turismo voltaram a ter uma pequena alta, mas ainda distante do nível que se via em 2010.

O número de turistas foi de 6,07 milhões no ano passado, abaixo dos 7 milhões de 2008.

Apesar de ter sido o berço das revoltas árabes, a Tunísia, ao menos até esta quarta, vinha sendo poupada do terror extremista.

Após o atentado no museu, Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores da França, país do qual a Tunísia se tornou independente em 1956, afirmou que o "terrorismo tocou hoje, e não por acaso, um país que representa a esperança no mundo árabe".


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