Folha de S. Paulo


Autoridade Palestina prende membros de grupos radicais na Cisjordânia

Forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciaram, nesta segunda-feira (9), a detenção de cerca de 50 membros do Hamas e da Jihad Islâmica na Cisjordânia, às vésperas das eleições em Israel.

O jornal israelense "Haaretz" disse que a operação foi feita para evitar um possível ataque terrorista dias antes das eleições israelenses, marcadas para a próxima terça-feira (17).

Segundo o jornal, um atentado neste momento poderia beneficiar eleitoralmente o Likud, partido do atual premiê Binyamin Netanyahu.

De acordo com o deputado do Conselho Legislativo Palestino (PLC), Aiman Daragme, as prisões foram efetuadas em vários pontos da Cisjordânia, especialmente em Hebron e no campo de refugiados de Balata, no distrito de Nablus.

Abed Al Haslhamoun/Efe
Policial palestino busca evidências durante operação em Hebron; 50 militantes foram presos na Cisjordânia
Policial palestino busca evidências durante operação em Hebron; 50 militantes foram presos na Cisjordânia

A família de um dos detidos em Hebron disse que as forças de segurança palestinas entraram em sua casa e levaram Nizar Ramadam, estudante da Universidade de Hebron.

Em Nablus, um grande número de agentes de segurança palestinos realizou uma operação qualificada de "brutal" pelos moradores locais.

O Hamas disse que a operação é uma resposta à detenção de um dirigente do Fatah por forças de segurança em Gaza e classificou de "políticas" as detenções, acusando a ANP de "traição" por colaborar com Israel.

O porta-voz da ANP, Adnan Al Damiri, disse que "todas as prisões foram efetuadas de acordo com as políticas da ANP e a legislação palestina, sem levar em conta nenhuma consideração política".

Em abril de 2014, foi assinado um pacto de unidade entre o Fatah, que administra a ANP e partes da Cisjordânia, e o Hamas, que controla a faixa de Gaza. O Hamas deveria transferir o controle sobre Gaza, criando condições para a realização de eleições gerais.

No entanto, o acordo não foi levado adiante por conta da operação militar israelense em Gaza, entre julho e agosto, e por desentendimentos a respeito de salários e do controle sobre Gaza.


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