Folha de S. Paulo


Líbia pede fim do embargo de armas para lutar contra jihadistas

O ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mohammed al-Dairi, pediu na quarta-feira (18) ao Conselho de Segurança da ONU a suspensão do embargo de armas imposto ao país para lutar de modo mais eficiente contra os jihadistas.

Segundo fontes diplomáticas, um projeto de resolução seria apresentado aos 15 países do Conselho de Segurança da ONU pela Jordânia, único integrante árabe do Conselho, mas sem previsão de decisão imediata no organismo.

O ministro líbio pediu ajuda para que o país reforce a capacidade militar, o que "implica suspender o embargo de armas para que nosso exército possa receber material com o objetivo de enfrentar o terrorismo desenfreado".

Dairi reclamou que seu país "não recebe a mesma atenção que a Síria e o Iraque", apesar de a ação dos jihadistas em seu país possa ameaçar também o norte da África e a Europa.

Ele, porém, descarta a necessidade de uma intervenção internacional, que foi pedida pelas autoridades do Egito depois da morte de 21 cristãos coptas decapitados por membros de uma célula do Estado Islâmico.

O projeto de resolução, apoiado pelo governo egípcio, prevê a suspensão das restrições à venda de armas destinadas ao governo líbio que é reconhecido pela comunidade internacional.

Vários países, dentre eles a Rússia, temem, no entanto, que o armamento caia nas mãos erradas. A Líbia é disputada por dois grandes governos: um ligado às milícias islamitas do grupo Fajr Libya e outro instalado no leste, perto da fronteira egípcia.

Devido a isso, os governos ocidentais diminuíram o entusiasmo egípcio a respeito de uma intervenção no país vizinho. O principal reduto do braço líbio do Estado Islâmico está em Derna, 1.300 km ao leste da capital Trípoli.


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