Folha de S. Paulo


Senadores dos EUA propõem acabar com restrições para viagens a Cuba

Senadores republicanos e democratas apresentaram nesta quinta-feira (29) um projeto de lei para encerrar todas as restrições a viagens entre os Estados Unidos e Cuba.

Este é o primeiro texto anunciado no Congresso norte-americano desde a retomada das relações diplomáticas entre os dois países, em dezembro.

Parte das restrições já havia sido retirada pelo presidente Barack Obama, por meio de ordem executiva, no início deste mês.

Mas a liberação total do turismo a Cuba só poderá ocorrer se o Congresso aprovar as mudanças.

"Nós tentamos essa política atual proibindo as viagens por cerca de 50 anos, e isso não deu certo. Então é hora de tentar algo novo", afirmou o senador republicano Jeff Flake (Arizona), um dos envolvidos no projeto de lei. "É hora de permitir que os americanos viajem livremente para Cuba."

"Essa proibição não faz sentido", afirmou o democrata Patrick Leahy (Vermont).

Ainda que o projeto de lei tenha apoio de congressistas do Partido Republicano, que agora tem maioria no Senado, ainda não é possível saber se ele será votado na Casa.

CUBANO-AMERICANOS

Uma parte dos senadores, liderada pelos congressistas cubano-americanos Marco Rubio (republicano) e Robert Menendez (democrata), se opõe veemente ao plano de retirar os embargos ao regime comunista cubano.

As viagens à ilha caribenha são feitas por agências de viagem com permissão especial do governo. Até este ano, elas só eram autorizadas para cubanos e seus familiares vivendo nos EUA, jornalistas e pessoas envolvidas em atividades acadêmicas ou religiosas.

A única categoria de turismo permitida era a chamada "people to people" [pessoa para pessoa], com foco no intercâmbio cultural entre os povos.

Neste mês, Obama oficializou a autorização também para viagens com outros objetivos, como assistir a apresentações públicas e workshops e participar de competições esportivas.

De acordo com agentes de turismo, o fim das restrições poderia baratear os custos das viagens, que hoje são feitas por aviões fretados, já que permitiria a operação de voos comerciais para a ilha.


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