A ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou neste domingo (11) que alguns dos chefes de Estado e de governo que participariam em Paris da manifestação contra o terrorismo e em favor da liberdade de expressão pertençam a países qualificados de "depredadores" desse direito.
| Philippe Wojazer/Reuters |
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| O presidente francês, Francois Hollande, com chefes de Estado na marcha de domingo (11), em Paris |
"Em nome de que vêm desfilar em Paris em homenagem a uma revista que sempre defendeu a concepção mais elevada da liberdade de expressão?", indicou a ONG em referência ao massacre de quarta-feira (7) na revista "Charlie Hebdo", que deixou 12 cartunistas e editores mortos.
A RSF citou nominalmente representantes de nações "onde jornalistas e blogueiros são sistematicamente humilhados, como Egito, Rússia, Turquia, Argélia e Emirados Árabes Unidos", que em sua última classificação da liberdade de imprensa ocupam, respectivamente, os postos 159, 148, 154, 121 e 118 dos 180 países analisados.
A Repórteres Sem Fronteiras lembrou que as presenças do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, e das titulares das Relações Exteriores do Egito (Sameh Choukry), da Rússia (Sergei Lavrov), da Argélia (Ramtane Lamamra) e dos Emirados (o xeque Abdullá Bin Zayed Al-Nahyan) foram confirmadas.
"Devemos nos mostrar solidários com Charlie sem esquecer todos os Charlies do mundo", declarou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, que disse ser "intolerável que representantes de Estado que reduzem ao silêncio a imprensa em seu país se aproveitem do momento para tentar melhorar sua imagem internacional".