Folha de S. Paulo


Policial morto em ataque em Paris estava protegendo diretor de jornal

Um dos dois policiais mortos no ataque desta quarta-feira (7) à sede do jornal francês "Charlie Hebdo" estava fazendo guarda para o diretor editorial da publicação, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, que também foi assassinado.

Luc Poignant, colega de trabalho do policial, diz que o agente não teve tempo de reagir. "Em casos assim, se mata primeiro aquele que está ali na função de proteger", disse ele ao jornal francês "Le Figaro". "Não existe segurança absoluta. Isso é um ato de terrorismo."

Profissionais do "Charlie Hebdo" estavam recebendo proteção porque recentemente o jornal havia recebido ameaças por e-mail e telefone. A publicação já sofreu ataques por publicar caricaturas e líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé.

Hoje, ao menos três terroristas invadiram a redação do jornal hoje e atiraram contra os jornalistas.

Segundo um jornalista do "Charlie Hebdo", citado pelo jornal francês "Le Monde", os atiradores chegaram ao local na hora da reunião da redação. "Os agressores sabiam que às 10h de quarta-feira havia uma reunião editorial semanal. No resto da semana não há muitas pessoas no local", afirmou.

De acordo com a polícia francesa, três homens entraram na sede da publicação portando metralhadoras AK-47, fizeram disparos e depois fugiram em um carro Citroen preto dirigido por um quarto elemento do grupo.
Eles foram até a região da estação de Porte de Pantin, no nordeste da cidade, onde abandonaram o veículo e sequestraram um outro, expulsando o motorista na rua. Os atiradores ainda estão foragidos.


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