Folha de S. Paulo


Papa reza na Mesquita Azul e pede união para combater radicais

Em seu segundo dia de visita à Turquia, o papa Francisco visitou neste sábado a Mesquita Azul, em Istambul, e a antiga catedral de Santa Sofia, hoje transformada em um museu.

Na mesquita, Francisco tirou os sapatos para entrar e rezou em silêncio durante dois minutos, com os olhos fechados e as mãos unidas, ao lado do grande mufti de Istambul, Rahmi Yaran, que orava ao seu lado. Ambos estavam voltados para a direção de Meca.

O templo, oficialmente batizado com o nome do sultão Ahmed, é conhecida como Mesquita Azul por ter as paredes revestidas com azulejos azuis com detalhes bem trabalhados. A construção foi erguida no século 17.

Mais tarde, quando realizava uma missa, Francisco pregou a tolerância entre diferentes religiões e etnias.

"A riqueza, a variedade e a diversidade nunca criam conflito, disse o pontífice". Sua viagem à Turquia é vista justamente como uma tentativa de melhorar o diálogo entre católicos, muçulmanos e cristãos ortodoxos.

Separadas por barreiras policiais, centenas de pessoas, muitas delas turistas, acompanharam o papa caminhar até a antiga catedral de Santa Sofia, que fica nos arredores.

O pontífice repetiu o gesto feito por Bento 16, que visitou a mesma mesquita em 2006. Na época, Bento enfrentou protestos de muçulmanos por ter feito declarações que relacionavam o Islã à violência.

Ainda neste sábado, Francisco celebrará uma missa na catedral católica do Espírito Santo e terá um encontro privado com o patriarca Bartolomeu, líder da Igreja Ortodoxa.

Esta reunião é considerada o motivo principal de sua visita.

FUNDAMENTALISMO

Na Turquia, vivem cerca de 50 mil católicos. A região enfrenta momentos de tensão pelos conflitos no Iraque e na Síria, países onde o grupo radical Estado Islâmico ocupa diversos territórios e realiza ações violentas contra praticantes de religiões minoritárias.

Na sexta, o papa encontrou líderes políticos do país em Ancara. Francisco pediu aos líderes islâmicos que condenem a "bárbara violência" cometida em nome do Islã contra religiões minoritárias no Iraque e na Síria.

Ele reafirmou que as ações militares para combater o avanço do grupo Estado Islâmico foram justificadas, e pediu que haja maior cooperação entre cristãos, muçulmanos e pessoas de todas as religiões para vencer o fundamentalismo.


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