Folha de S. Paulo


Primeiro-ministro romeno reconhece derrota em eleições presidenciais

O primeiro-ministro romeno, Victor Ponta, reconheceu sua derrota nas eleições presidenciais deste domingo (16) no país, abrindo o caminho para oficializar a vitória do líder da direita romena, Klaus Iohannis, representante da minoria alemã no país.

O premiê social-democrata havia vencido no primeiro turno, no começo do mês, e era considerado favorito.

"Cumprimentei Iohannis pela vitória. O povo tem sempre razão", declarou Ponta.

Se confirmada a vitória na apuração, Iohannis, 55, que é prefeito de Sibiu, na Transilvânia, será o primeiro membro da minoria alemã a chegar à presidência da Romênia, que fez parte do bloco comunista e é o mais pobre da União Europeia depois da Bulgária.

Ele concentrou sua campanha na luta contra a corrupção e sua vontade de reformar as estruturas econômicas deste país de 20 milhões de habitantes.

Ponta, 42, era apoiado por um eleitorado essencialmente rural e contava com 54% das intenções de voto no segundo turno das eleições, de acordo com as últimas pesquisas de opinião.

Com um terço da apuração finalizada até a noite deste domingo, Iohannis tinha 55,8% dos votos, contra 44,2% de Ponta.

MOBILIZAÇÃO

Vinte e cinco anos depois da queda do ditador Nicolae Ceausescu, estas sétimas eleições presidenciais são importantes na história pós-comunista da Romênia, sobretudo em um momento em que a democracia se ressente em países da Europa central, como a Hungria, e de tensões entre Bruxelas e Moscou, por causa do conflito na Ucrânia.

"Nos últimos 25 anos, só ouvimos mentiras e promessas não cumpridas. Espero que tenhamos, finalmente, um presidente que respeite as pessoas e cumpra o que promete", disse Rodica Avram, uma professora de 56 anos, após votar em Bucareste.

Segundo analistas, a chave deste segundo turno foi a mobilização, que acabou mudando as projeções. No primeiro turno, a participação foi baixa: só 52,3% dos eleitores foram às urnas.

O primeiro turno eleitoral foi caótico para os romenos no exterior, favoráveis à direita, foi alimentado pelo medo a uma inclinação antidemocrática, depois que muitos deles não conseguiram votar em Paris, Londres e Viena.

Milhares de pessoas se manifestaram na sexta-feira (14) em várias cidades pedindo eleições "livres".


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