Folha de S. Paulo


Tufão Phanfone deixa ao menos sete desaparecidos no Japão

O tufão Phanfone atingiu nesta segunda-feira (6) o centro do Japão, deixando sete desaparecidos –incluindo militares americanos– e quase 60 feridos.

Com ventos de 180 km/h, ondas gigantescas e chuvas torrenciais, o 18º tufão da temporada atingiu no início da manhã a principal ilha do arquipélago nipônico, Honshu, 200 km ao sudoeste da capital, segundo a Agência Nacional de Meteorologia.

Ao meio-dia, o tufão atingiu Tóquio, com uma velocidade de 65 km/h. A passagem do fenômeno pela capital, muito rápida, foi precedida por fortes chuvas, mas a situação rapidamente voltou à normalidade na cidade.

Ventos de até 198 km/h provocaram o cancelamento de 608 voos no país.

O tufão também afetou no domingo (5) o Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1 em Suzuka.

Ainda no domingo, foram suspensos os trabalhos de resgate no Monte Ontake (centro do Japão), uma semana depois da súbita erupção vulcânica que deixou pelo menos 51 mortos.

DESAPARECIDOS

Três militares americanos foram arrastados na tarde de domingo na ilha de Okinawa (sul).

"Estavam tirando fotos das ondas gigantescas", disse um porta-voz da polícia.

O corpo de um deles foi recuperado, mas os outros dois continuam desaparecidos. O policial não soube informar se os militares estavam em missão na ilha, onde vivem muitos dos 47.000 soldados americanos mobilizados no Japão.

Um surfista de 21 anos desapareceu na região de Fujisawa, ao sudoeste de Tóquio, assim como um estudante que foi levado por uma onda em Yokosuka, ao sul da capital.

Pelo menos 57 pessoas ficaram feridas em todo o país, segundo o canal público NHK.

Nos últimos três meses mais de 150 japoneses morreram em desastres naturais: ciclones tropicais no sudoeste (Halong e Neoguri), deslizamentos de terra em Hiroshima em agosto (72 mortos) e a erupção do Monte Ontake (51 mortos).

RETIRADA

A Agência Meteorológica emitiu alertas especiais ante o risco de deslizamentos de terra, inundações e ondas gigantes, principalmente no centro e oeste do Japão.

As autoridades recomendaram que centenas de milhares de pessoas abandonassem suas casas, mas poucas atenderam o conselho.

Em Shizuoka, o tufão afetou 1,7 milhão de pessoas e mais de 50.000 receberam ordem para abandonar suas residências.

A produção automotiva também foi prejudicada. As montadoras Toyota e Nissam interromperam as operações durante a manhã.

O tufão deve seguir para Fukushima (nordeste), onde a operadora da central nuclear que sofreu um grave acidente no tsunami de 2011 estava em alerta máximo.

A Tokyo Electric Power (Tepco) suspendeu todas as operações e realizava testes na central, que conserva água contaminada.


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