Folha de S. Paulo


ONU aprova investigação internacional sobre queda de avião na Ucrânia

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (21), por unanimidade, uma resolução que pede investigação internacional independente sobre a queda do avião da Malaysia Airlines na última quinta-feira (17), que matou 298 pessoas na Ucrânia.

A Rússia, que tem poder de veto no Conselho, votou junto com Estados Unidos, Reino Unido e França a favor do texto, de autoria da Austrália, que pede "acesso seguro" aos investigadores e para que os corpos sejam retirados do local.

No último domingo (20), a agência de notícias Reuters afirmou que o rascunho condenava a "derrubada" do avião e exigia que os responsáveis por este incidente "sejam responsabilizados e que todos os Estados cooperem plenamente com os esforços para estabelecer essa responsabilidade".

Ainda não está claro se o texto final cita um envolvimento direto dos separatistas pró-Rússia na derrubada.

Na última sexta-feira (18), o Conselho havia aprovado um comunicado pedindo "investigação internacional completa e independente", além do acesso imediato de investigadores ao local da queda.

Na sexta, a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, havia subido o tom contra Moscou, alegando que "não se pode descartar a assistência de pessoal russo para operar os sistemas" de mísseis envolvidos.

"Por causa da complexidade técnica do SA-11 [como é chamado pela Otan o míssil russo 9K37 Buk], é improvável que os separatistas possam ter efetivamente operado o sistema sem a ajuda de pessoal especializado", disse Power.

Em respostas, o representante russo, Vitaly Churkin, pediu uma investigação livre de "pré-julgamentos e insinuações injustificáveis". Ele, no entanto, disse ser necessário apurar também a responsabilidade das autoridades ucranianas, que teriam "enviado um voo de passageiros para uma área de conflito militar".

"Para qualquer pessoa normal, uma pergunta aparece: por que [os controladores] ucranianos enviaram um voo de passageiros para uma área de conflito militar –uma área que está sendo usada para atacar alvos civis?", questionou Churkin.


Endereço da página: