Folha de S. Paulo


Primeira sessão do Parlamento do Iraque termina sem definir premiê

O novo parlamento iraquiano se reuniu pela primeira vez nesta terça-feira (1º), mas a sessão terminou em impasse, sem definição sobre quem será o primeiro-ministro do país.

Parte dos deputados sunitas e curdos abandonaram o local depois de um breve intervalo, impedindo o quórum para o resto da sessão.

Boa parte deles defende a criação de um governo de união nacional unindo sunitas, xiitas e curdos. A proposta, porém, é rechaçada pelo atual primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, que quer se manter no cargo.

O seu grupo venceu as eleições parlamentares de abril, mas não tem maioria para apontar o premiê, o que levou ao impasse.

A sessão ocorreu no meio de fortes divisões políticas e da insurgência do grupo radical sunita Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), que no domingo (29) declarou um califado na região.

No começo da reunião, o parlamentar de maior idade, Mahdi al Hafez, que presidiu a sessão, pediu o restabelecimento da segurança e da estabilidade para conseguir "o desenvolvimento do Iraque".

"O último revés de segurança que Iraque sofreu deve chegar a seu fim para restaurar a estabilidade com o objetivo de avançar de maneira correta", disse.

Hafez pediu, além disso, a união dos diferentes grupos étnicos e religiosos, porque caso contrário o "Iraque será frágil" e pediu que se chegue a um acordo para enfrentar "o grande desafio" atual.

O número de vítimas por causa da violência no Iraque aumentou dramaticamente em junho, alcançando os 2.417 mortos, frente aos 800 registrados em maio, segundo os dados divulgados nesta terça pela ONU.


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