Folha de S. Paulo


Polícia ataca acampamento de manifestantes na Ucrânia; 18 morrem

A polícia ucraniana atacou o principal acampamento dos manifestantes antigoverno em Kiev, nesta terça. Meios de comunicação registraram o som de explosões no local.

Ao menos 18 pessoas morreram nos protestos nas últimas horas, sendo 11 manifestantes e sete policiais. Cerca de 300 estão feridos, segundo contabilidades de ambos os lados do conflito, 60 dos quais com gravidade

Segundo imagens de TV, a tropa de choque usa bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para forçar os manifestantes para fora da praça Independência (a temperatura ambiente na cidade se encontra pouco acima de 0ºC), enquanto oposicionistas respondem com coquetéis molotov e pedras, e tentam colocar fogo nas barricadas de madeira e pneus anteriormente montadas.

No últimos dias, a praça Independência tinha sido o palco de protestos em geral pacífico.

Nesta terça, cerca de 2.000 opositores radicais retomaram a ocupação de prédios públicos na cidade e atacaram a sede do Partido das Regiões, ao qual o presidente, Viktor Yanukovich, é filiado.

O confronto acontece no dia em que o Parlamento discutiria uma reforma constitucional que limita o poder do presidente. Aliados do governo, no entanto, impediram a entrega da proposta.

A votação acontece dois dias após o início da aplicação da lei de anistia, que retirou as acusações contra 234 manifestantes que foram presos desde novembro. Os opositores desocuparam prédios estatais em Kiev em favor da liberação dos ativistas.

O metrô da capital foi fechado, e o tráfego em direção à praça Independência foi bloqueado na capital ucraniana.

A onda de protestos na Ucrânia teve início em novembro passado, quando Yanukovich desistiu de um acordo comercial com a União Europeia por pressão da Rússia, sua maior aliada. O gesto enfureceu parte da população identificada com a Europa e luta por mais direitos civis e liberdades individuais na ex-república soviética.


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