Folha de S. Paulo


Instrutor de terroristas suicidas mata alunos iraquianos por acidente

Um grupo de 22 militantes iraquianos que participavam de um treinamento para homens-bomba morreu ontem quando o instrutor se explodiu por descuido.

O acidente ocorreu ontem em um acampamento em Samarra, ao norte de Bagdá, capital do país. Outras 15 pessoas ficaram feridas.

Na hora da explosão, o comandante demonstrava o uso de um cinto com explosivos, segundo a polícia local.

Os militantes faziam parte de um grupo conhecido como Estado Islâmico no Iraque e no Levante, terroristas sunitas, ligados à Al Qaeda, que combatem a parte xiita do governo do país.

O grupo havia invadido as cidades de Fallujah e Ramadi, ambas na província de Anbar, portando armas pesadas, no começo deste ano, tomando o controle de cruzamentos importantes e ocupando diversos escritórios das autoridades locais.

As forças de segurança e as tribos locais retomaram o controle de Ramadi nas semanas posteriores.

O Estado Islâmico no Iraque e no Levante também é responsável por ataques em outras províncias.

A violência no Iraque aumentou no ano passado para os índices mais altos desde o auge do derramamento de sangue sectário entre sunitas e xiitas em 2006 e 2007, quando dezenas de milhares de pessoas foram mortas.

Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a milícia conta com 2.000 combatentes no Iraque e tem como objetivo estabelecer uma base de operações em Bagdá.

Seu chefe, Abu Bakr al-Baghdadi, é considerado terrorista global pelo governo americano.

Diversos outros grupos terroristas sunitas atuam no Iraque, de maioria xiita e atualmente também governado por um primeiro-ministro xiita, Nouri al-Maliki.

A violência também é empregada no outro sentido. Ontem, o presidente do Parlamento iraquiano e destacado representante da comunidade sunita, Osama al-Nuyaifi, saiu ileso de um atentado.


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