Folha de S. Paulo


Oposição ucraniana reúne mais de 50 mil manifestantes em Kiev

Mais de 50 mil manifestantes da oposição se reuniram neste domingo (2) no centro de Kiev, que está sendo ocupado desde o início da maior crise na Ucrânia desde sua independência.

Os principais líderes da oposição, Vitali Klitschko e Arseni Yatseniuk retornaram de Munique, onde receberam o respaldo dos países ocidentais, e foram aclamados quando apareceram no palanque principal.

Esta é a primeira manifestação importante em 10 dias, e tem como objetivo pressionar o presidente Viktor Yanukovytch, que está de licença por um problema de saúde.

Um dos primeiros discursos foi feito pelo ex-ministro do Interior do governo de Yulia Timochenko, Yuri Lutsenko, que denunciou a "nova tentativa de colonização" da Rússia. Lutsenko pediu a criação de "unidades de autodefesa" em todo o país.

"Será a melhor garantia contra um derramamento de sangue", disse. "Nada está terminado! Não perdemos nada, mas não ganhamos nada", completou.

PROTESTOS
O movimento de protesto começou em novembro, depois da decisão repentina de Yanukovytch de desistir de assinar um acordo de associação com a UE, negociado durante meses. Ele optou por uma aproximação da Rússia, que concedeu um crédito de 15 bilhões de dólares e uma redução do preço do gás.

Desde dezembro, opositores ocupam a praça da Independência, em Kiev, e, há duas semanas, ocupam também as sedes de dois ministérios e de governos regionais no oeste do país.

Para tentar conter o avanço dos opositores, o governo chegou a aprovar uma lei punindo a invasão dos prédios estatais.

A medida fazia parte da lei contra os protestos que provocou a radicalização do movimento há duas semanas, o que gerou confronto com a polícia e cinco mortes. Na terça (28), a lei foi derrubada pelo Parlamento, como parte das concessões feitas pelo governo.

Além do fim da legislação, houve a renúncia do gabinete do primeiro-ministro Mykola Azarov e a aprovação de uma lei de anistia. A revogação da legislação que limitava os protestos e a lei de anistia foram promulgadas nesta sexta pelo presidente Viktor Yanukovich, que está em licença médica desde quinta.


Endereço da página:

Links no texto: