Folha de S. Paulo


Mursi será julgado por espionagem em 16 de fevereiro no Egito

O presidente deposto do Egito Mohammed Mursi e outros 35 integrantes da Irmandade Muçulmana serão julgados em 16 de fevereiro por conspiração e espionagem no caso em que são acusados pela suposta cooperação com grupos radicais islâmicos.

Segundo a Promotoria, Mursi e os dirigentes da entidade espionaram o Estado egípcio para dar informações a grupos da entidade islamita em outros países, incluindo seu braço militar, e ao grupo radical palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, e o movimento radical xiita libanês Hizbullah.

A Justiça os acusa também de promover "atos terroristas no país dirigidos contra bens e instituições egípcias para semear o caos" no país. O texto faz referência à rebelião de presos em que membros da Irmandade Muçulmana foram soltos durante a revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 2011.

Além de Mursi, o líder espiritual do movimento islamita, Mohammed Badie, e o presidente do braço político da entidade, Saad Katatni, estão entre os processados. O presidente deposto e seus aliados também respondem a uma ação por incitação à violência durante os protestos que terminaram com sua queda.

Mursi foi retirado do poder pelos militares em julho de 2013 e em seguida foi preso. Desde então, seus partidários são alvos de uma dura campanha de repressão que deixou mais de mil mortos e milhares de detidos nas fileiras islamitas.

Na semana passada, o governo interino conseguiu aprovar a Constituição do país e dar abertura ao processo de transição política. Na nova ordem institucional egípcia, a Irmandade Muçulmana é considerada um grupo terrorista e não pode participar das eleições presidencial e parlamentar.


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