Folha de S. Paulo


África do Sul diz que enterro de Mandela será reservado à família

O governo da África do Sul confirmou nesta sexta-feira que o enterro do ex-presidente Nelson Mandela será reservado à família e não poderá ser filmado pelas emissoras de televisão. O líder negro será sepultado no domingo (15), na aldeia de Qunu, a 20 km do vilarejo onde nasceu.

Mandela morreu no dia 5, aos 95 anos, após um histórico de infecções pulmonares. Nesta sexta, milhares de pessoas esperavam ao lado dos Union Buildings, sede do governo sul-africano em Pretória, para o último dia de velório do ex-presidente.

Yannis Behrakis/Reuters
Militares fazem guarda ao lado das terras da família Mandela, ao lado da tenda onde será feita o culto antes do enterro, em Qunu
Militares fazem guarda ao lado das terras da família Mandela, ao lado da tenda onde será feita o culto antes do enterro, em Qunu

Segundo a porta-voz do governo, Phumla Williams, será realizada uma cerimônia oficial com a presença de convidados, como celebridades, lideranças políticas e chefes de governo, por volta das 8h locais (4h em Brasília), e que deverá durar duas horas.

Em seguida, apenas familiares e amigos próximos seguirão para o sepultamento. "A família deseja que o sepultamento seja um assunto familiar e não quer que seja televisionado ou que a população veja o enterro", disse Williams.

Os restos mortais do líder negro serão trasladados em avião no sábado (14) de Pretória à Província do Cabo Oriental. Se as condições climáticas permitirem, a aeronave pousará no aeroporto de Mthatha e será realizada uma procissão até Qunu.

Mandela será enterrado ao lado dos corpos de sua mãe e de três de seus filhos, no mausoléu da família. A representante do governo informou que cerca de 3.000 jornalistas já estão no vilarejo para a cobertura do enterro.

VELÓRIO

Por volta das 7h30 (3h30 em Brasília), cerca de 50 mil pessoas formavam filas quilométricas perto dos Union Buildings, em Pretória, para prestar a última homenagem ao líder negro antes do sepultamento. Devido ao grande número de pessoas, a polícia foi obrigada a impedir a entrada após as 11h (7h em Brasília).

Segundo a porta-voz da corporação, Caroline Naidoo, o acesso só será reaberto mais tarde se os agentes conseguirem controlar a situação. Ela ainda pediu à população que não venha mais ao local, pois o acesso à capela onde Mandela é velado não será garantido.

No momento da entrevista, cerca de 7.000 pessoas esperavam nos jardins da sede de governo para passar alguns segundos ao lado do corpo de Mandela. A dificuldade para entrar gerou alguns protestos, em especial no centro de convenções que abriga o acesso para os ônibus governamentais.

O velório começou na quarta (10) e todos os dias foi precedido por um cortejo fúnebre. Nos três dias, os sul-africanos puderam ver o caixão com o corpo de Mandela nas ruas entre o hospital militar de Pretória e a sede de governo, onde foi instalada a capela ardente.


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