Folha de S. Paulo


Nova York vai hoje às urnas escolher novo prefeito; conheça os candidatos

Nova York vai hoje às urnas escolher o sucessor do prefeito Michael Bloomberg, que encerra os 12 anos de seus três mandatos consecutivos no final deste ano.

Os concorrentes são o defensor público Bill de Blasio, pelo lado democrata, e Joseph Lhota, ex-chefe da Autoridade Metropolitana de Transporte, em nome dos republicanos.

Editoria de Arte/Folhapress
Disputa pela prefeitura de Nova York
Disputa pela prefeitura de Nova York

Blasio tem larga vantagem, com 44 pontos percentuais à frente de Lhota, de acordo com as pesquisas de intenção de votos levantadas pelo instituto Quinnipiac, que também aponta que a parcela de eleitores indecisos ou inclinados a mudar de ideia em cima da hora é insuficiente para gerar uma reviravolta surpreendente.

O outro candidato na disputa, Aldolfo Carrion, que concorre como independente, aparece com apenas 2% nas pesquisas.

O democrata tem forte apoio dos negros, grupo em que conta com mais de 90% da intenções de votos. Entre os hispânicos, flutua acima de 70%. Com os brancos também não fica abaixo de 50%.

Blasio, 52, que tem forte discurso anti-Bloomberg, se define como um progressista que quer combater a desigualdade social, elevando os impostos sobre os mais ricos para investir na educação.

De origem italiana, ele conquistou os votos negro e latino com um discurso de ataque à atual política do Departamento de Polícia, considerada discriminatória.

Sua mulher é negra e a família birracial atraiu a simpatia dos eleitores. A disparada do candidato na reta final das eleições primárias, em setembro, foi atribuída a uma propaganda de campanha protagonizada por seu carismático filho adolescente, Dante, dono de um cabelo afro escultural que recebeu comentários até do presidente Barack Obama.

Lhota, 58, atuou por 15 anos no setor de bancos de investimentos e ocupou altos cargos na área orçamentária da gestão do também republicano Rudolph Giuliani (1994-2001). Ele é visto como um candidato mais alinhado aos interesses do empresariado.

A eleição de hoje pode romper com uma tradição que governa a cidade há décadas. Nova York não elege um prefeito democrata há 20 anos, apesar de ser uma cidade pesadamente democrata (o eleitorado local que se identifica com o partido supera o republicano na razão de 6 para 1).

A última administração do partido, de David Dinkins (1990-1993), ficou marcada pela falência econômica e pelo avanço da criminalidade.

'Estamos mais perto do que nunca de dar um grande passo no caminho de uma virada progressista', disse Blasio em comunicado enviado por e-mail na noite de ontem aos seguidores de seu site na internet.

"Peço que me acompanhem em mais um passo. Peço que votem e convidem seus familiares e amigos a votarem também", afirmou o candidato, sinalizando a preocupação de que sua liderança folgada nas pesquisas possa desestimular os eleitores a irem às urnas. O voto é facultativo nos Estados Unidos.

Nem o candidato democrata nem seu rival republicano têm em seu currículo qualquer experiência parecida com o desafio que, na função de prefeito de Nova York, terão de enfrentar: administrar uma burocracia que envolve 300 mil funcionários.

Na área tributária, Blasio pretende elevar os impostos sobre a renda que superar US$ 500 mil ao ano para investir na educação, enquanto Lhota se opõe à elevação de impostos e pretende cortar alguns tributos.

Na segurança, Lhota apoia as políticas de Bloomberg e não pretende submeter os procedimentos da força policial a um monitoramento federal. Para Blasio, algumas atitudes abusivas dos policiais precisam ser revisadas.


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