Um casal grego foi preso na quarta-feira sob suspeita de ter comprado uma menina cigana recém-nascida por US$ 5,5 mil (R$ 12 mil) da própria mãe do bebê e vão comparecer perante um promotor nesta sexta-feira para receber as acusações, informou a polícia.
Presos em Atenas, os suspeitos, que têm entre 48 e 53 anos, alegaram ter comprado a criança em março porque não tinha filhos, disse a polícia em um comunicado.
"O bebê ficou com eles desde então, enquanto buscavam maneiras de legalizá-lo", disse a polícia.
No momento, as investigações estão focadas em encontrar a mãe biológica e a intermediária, que também seria cigana.
O caso foi descoberto graças à denúncia de uma terceira pessoa, afirmou a polícia, que acrescentou que, logo após receber a menina, a mulher tentou em vão registrar o bebê no município de Filís, nos arredores de Atenas.
Esse é pelo menos terceiro caso de suspeita de tráfico de bebê descoberto na Grécia desde a semana passada, quando as autoridades descobriram uma menina loira de quatro anos de idade em um acampamento de ciganos que não parece em nada com a família com a qual estava vivendo.
A descoberta de Maria, apelidada de "anjo loiro" pela mídia grega, provocou uma busca global por seus pais verdadeiros, depois de testes de DNA mostrarem que Christos Salis, 39, e Eleftheria Dimopoulou, 41, com quem ela estava, não eram seus pais de sangue.
Ontem, a polícia búlgara afirmou ter encontrado a possível mãe da criança, em Nikolaevo, no centro do país. Acredita-se que a suposta mãe, Sasha Ruseva, 35, tenha dado à luz em Lamia, cidade a uma hora de distância do acampamento em que Maria foi encontrada.
Agora, as autoridades aguardam o resultado de um exame de DNA para comprovar se ela é realmente a genitora do "anjo loiro".
Crianças traficadas são compradas na Grécia a partir de mães de antigos países comunistas pobres, especialmente da vizinha Bulgária. Elas normalmente são legalizadas através de declarações falsas em registros de nascimentos ou tribunais.
No início desta semana, a Grécia ordenou uma investigação das certidões de nascimento em todo o país para rastrear esses casos.
Grécia e Bulgária concordaram, na quinta-feira, em intensificar os esforços contra o tráfico de bebês entre os dois países.