Folha de S. Paulo


Pelo menos 35 líderes mundiais foram monitorados pelos EUA, diz jornal britânico

Pelo menos 35 líderes mundiais foram monitorados pelo serviço de inteligência dos Estados Unidos, segundo reportagem divulgada nesta quinta-feira pelo jornal britânico "The Guardian".

De acordo com o jornal, a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) passou fazer essa espionagem após receber a relação dos números de telefones de um funcionário de um outro departamento do governo. Os contatos dos 35 líderes estariam entre 200 números entregues à NSA.

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Os dados fazem parte, segundo o "The Guardian", dos arquivos do ex-analista da CIA e da NSA Edward Snowden, asilado na Rússia.

A reportagem não menciona quem são esses 35 líderes, mas vem a público em meio a mais recente crise sobre o caso, desta vez envolvendo a Alemanha. Há indícios de que o telefone celular da chanceler Angela Merkel tenha sido monitorado, segundo o governo alemão.

Editoria de Arte/Folhapress

O embaixador americano na Alemanha foi chamado nesta quinta-feira a dar explicações ao ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle. É a primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial que o embaixador de um país aliado é convocado diante dessas circunstâncias.

Merkel afirmou que a boa relação entre os dois países foi quebrada com a suspeita de que foi também alvo da ação de inteligência do EUA. "Nós precisamos ter confiança entre aliados e parceiros e essa confiança (entre EUA e Alemanha) precisa ser restaurada", afirmou, em Bruxelas, onde participa de encontro da cúpula dos líderes da União Europeia.

A declaração foi dada um dia depois de ela telefonar para o presidente americano, Barack Obama, para protestar contra a espionagem que alega ter sofrido. "Eu disse isso para ele em junho, quando esteve em Berlim, em julho e também ontem em uma ligação telefônica", disse a chanceler. O governo alemão já havia declarado considerar "inaceitável" o episódio.

A Alemanha é mais um país que teria sido espionado pelos EUA, após Brasil, França e México.


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